Em documento intitulado “Manifesto”, a corrente Construindo um Novo Brasil, majoritária no PT, convoca os partidos de esquerda, os movimentos sociais e os intelectuais a contribuírem com um “programa emergencial para sair da crise”. Ao fazer um mea-culpa por muitas das turbulências do atual cenário político, a tendência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que o PT precisa se “reinventar” e defende mudanças no ajuste fiscal proposto por Dilma Rousseff. “Não se pode fazer da necessidade de sanear a situação fiscal a ocasião para a apologia de uma política econômica conservadora, cujas consequências bem conhecemos”, diz um trecho do documento. O manifesto será debatido no 5.º Congresso do PT, que vai discutir os rumos do partido e do governo Dilma entre os dias 11 a 13 de junho, em Salvador. Após os escândalos de corrupção que abalaram a imagem do PT, os petistas admitem que o partido ficou “prisioneiro” do “presidencialismo de coalizão”, passa por uma “crise de identidade” e necessita mudar. A ser apresentado como “tese” da CNB e de outras correntes que apoiaram Rui Falcão para o comando do PT, o documento critica as medidas que reduzem os direitos trabalhistas, como o seguro desemprego e o abono salarial. “O governo está pressionado pela necessidade de uma solução de curto prazo para seus problemas fiscais. Os meios econômicos e financeiros internacionais querem que o “ajuste” seja o ponto de inflexão de nossa política econômica em direção ao conservadorismo. (…) Esse movimento não se pode fazer confrontando os trabalhadores”, insiste a tese.
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