Os bancos que operam no Brasil fecharam 55 postos de trabalho em janeiro e fevereiro deste ano. Os dados são da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada na última terça-feira (24) pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM). O desemprego no setor só não foi maior graças, mais uma vez, aos resultados da Caixa Econômica Federal, a única grande instituição financeira a criar vagas (276). Os demais bancos (que incluem Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC) foram responsáveis pelo fechamento de 376 postos de trabalho. http://www.bancariosrio.org.br
"Nada justifica as demissões. Os cinco maiores bancos do sistema financeiro nacional – Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa e Santander - lucraram R$ 60 bilhões em 2014, ostentando os maiores índices de rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional", afirma o presidente do Sindicato, Almir Aguiar.
Alta rotatividade
De acordo com o levantamento Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta. Os bancos que atuam no país contrataram 5.055 funcionários e desligaram 5.110 em apenas dois meses.
A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos pelos bancos em janeiro e fevereiro foi de R$ 3.432,04 contra o salário médio de R$ 5.779,41 dos desligados. Os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 41,6% menor que a remuneração dos que saíram.
Mulheres discriminadas
A pesquisa mostra também que as mulheres, mesmo representando metade da categoria e serem mais escolarizadas, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração, ganhando menos do que os homens quando são contratadas. Essa desigualdade segue ao longo da carreira, pois a remuneração das mulheres é bem inferior à dos homens no momento em que são desligadas dos seus postos de trabalho.
Enquanto os homens na admissão recebem, em média, R$ 3.757,00 nos dos primeiros meses do ano, a remuneração das mulheres ficou em R$ 3.095,17, valor 17,6% inferior à remuneração de contratação dos homens.
Já a média dos salários dos homens no desligamento foi de R$ 6.603,45 no período, enquanto a remuneração das mulheres foi de R$ 4.904,85. Ou seja, o salário médio das mulheres no desligamento é 25,7% menor que a remuneração dos homens.
"Nada justifica essa discriminação. É uma anomalia, em pleno século XXI, as mulheres, mesmo com maior escolaridade, receberem salários inferiores ao dos homens. A luta pela igualdade de oportunidades é uma prioridade para o Sindicato", disse a vice-presidente da entidade, Adriana Nalesso.
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