Por Claudia Borges
Seguir uma alimentação saudável e praticar exercícios são os maiores fatores contribuintes para uma boa saúde e, consequentemente, um bom envelhecimento. É claro que questões genéticas pesam no surgimento de algumas doenças, mas é possível driblar a natureza para que algumas condições não apareçam em sua vida. http://www.megacurioso.com.br
Quer um exemplo? Uma nova dieta, resultante de uma pesquisa séria, pode ser a chave para reduzir pela metade o risco de desenvolvimento de Alzheimer em um indivíduo. De acordo com o Daily Mail, os especialistas dizem que essa dieta, que ganhou a sigla MIND, poderia reduzir o risco da doença mesmo que a pessoa não a siga meticulosamente.
Essa dieta é baseada na Mediterrânea, que prioriza a alimentação com itens como peixes, óleos saudáveis, vinho, cereais integrais, frutas e castanhas. A sigla MIND corresponde aMediterranean Intervention for Neurodegenerative Delay e visa a inclusão de pelo menos três porções diárias de cereais integrais, salada verde junto com um vegetal extra e uma taça de vinho.
Segundo a pesquisa, estes alimentos saudáveis para o cérebro reduziram o risco de Alzheimer em 53% nas pessoas que fizeram a dieta rigidamente. O interessante e animador é que para aqueles que não seguiram a dieta tão à risca também houve uma redução de cerca de 35% no risco de desenvolver a doença.
De acordo com a especialista Martha Morris, uma epidemiologista nutricional do Centro Médico da Universidade Rush, em Chicago, essa informação — de que mesmo com uma dieta moderada com esses alimentos houve a redução do risco — é motivadora para as pessoas.
Mais sobre a pesquisa e a dieta
Como essa pesquisa avaliou a saúde de pessoas e a relação com a alimentação delas, ela levou alguns anos para ser realizada e concluída para somente então a dieta MIND ser criada.
A pesquisadora Martha Morris e seus colegas desenvolveram a dieta baseada também em anos de pesquisas anteriores sobre quais alimentos e nutrientes têm bons e maus efeitos sobre o funcionamento do cérebro.
Segundo os pesquisadores, a dieta MIND é um híbrido da dieta Mediterrânea com a DASH, sendo que ambas tem o papel de reduzir o risco de doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, infarto e derrame. Alguns pesquisadores já haviam descoberto que as duas dietas mais antigas também fornecem proteção contra a demência.
Então, nesse estudo, a dieta MIND foi comparada com as outras. Pessoas que seguiram tanto a Mediterrânea quanto a DASH tiveram redução no risco de desenvolver Alzheimer, em 39 e 54% respectivamente. No entanto, as dietas tiveram benefícios insignificantes quando as pessoas só aderiram a elas moderadamente.
Por isso, nesse quesito, a MIND ganha das outras. De acordo com o que Martha Morris disse ao Daily Mail, a dieta MIND também é mais fácil de seguir do que a dieta mediterrânea, que recomenda o consumo diário de peixe e de três a quatro porções diárias de frutas e legumes.
Na dieta desenvolvida pelos pesquisadores, eles recomendam quinze componentes principais, incluindo os dez “alimentos do cérebro saudável”, como vegetais de folhas verdes, legumes, castanhas e nozes, frutas vermelhas, grãos, cereais integrais, peixes, aves, azeite e vinho.
Além disso, a dieta alerta para os alimentos que não devem entrar no cardápio, como carnes vermelhas, manteiga ou margarina, queijos, bolos e doces, frituras e fast food. Na indicação dos especialistas, eles dizem que é permitido comer menos de uma colher de sopa de manteiga ou queijo por dia, e os outros alimentos no máximo uma vez por semana. Mas, se puder evitar, melhor ainda.
Recomendações
Para os alimentos saudáveis indicados, existem recomendações como ingerir grãos (feijão, lentilha, etc) a cada dois dias, petiscar nozes como lanches entre as refeições, consumir aves e porções de frutas vermelhas pelo menos duas vezes por semana e peixe pelo menos uma. Não há uma forma rígida de se cumprir o consumo e isso que leva a dieta a ser mais cômoda para as pessoas.
Você deve ter percebido, porém, que as frutas vermelhas são as únicas permitidas nessa dieta. Martha Morris explica que o mirtilo, por exemplo, é um dos alimentos mais potentes em termos de proteção ao cérebro, acrescentando que os morangos também tiveram um bom desempenho em estudos anteriores sobre o efeito dos alimentos sobre a função cognitiva.
O estudo recrutou voluntários que já participavam de um estudo que começou em 1997 entre os moradores das comunidades de aposentados da área de Chicago e complexos habitacionais. Um questionário de frequência alimentar opcional foi adicionado a partir de 2004 até fevereiro de 2013, quando as recomendações da dieta foram impostas na rotina dos indivíduos.
No total, o estudo da dieta MIND observou os resultados de 923 voluntários, sendo que destes, 144 desenvolveram o mal de Alzheimer. A doença, que tem um efeito devastador sobre a função cognitiva, é causada por um conjunto de fatores, incluindo também componentes comportamentais, ambientais e genéticos, segundo a pesquisadora Morris.
Mas ela diz que mesmo quem tem predisposição genética pode se beneficiar da dieta, conseguindo ganhar mais proteção. FONTE(S) Daily Mail/Madlen Daves*IMAGENS Shutterstock*Shutterstock
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