O contrato de cinco anos entre Vasco e Penalty acabou no dia 30 de junho, mas a negociação não foi abandonada. Clube e fornecedora de material de esportivo permanecem em debate sobre a possibilidade de renovação e se reuniram na noite de segunda-feira. Sem acordo sobre o tempo do novo vínculo, a diretoria da empresa também discutiu o assunto na manhã de terça, em sua sede, em São Paulo. Os uniformes de treinos ainda exibem a logomarca na atividade do elenco, em Curicica. A expectativa é a de que o impasse acabe até o fim da semana.
A questão gira em torno das eleições do Cruz-Maltino, que acontecem no dia 6 de agosto. Como não recebeu nenhuma proposta vantajosa, o Vasco sugeriu uma prorrogação por seis meses, de modo a garantir que a próxima gestão negocie do zero depois e com o objetivo de não ficar sem reposição de peças e verba. Correntes políticas já se envolveram para tentar indicar saídas. O fato é que diante das indefinições e dificuldades no clube de São Januário, apesar da ampla visibilidade, hoje nenhuma empresa de renome parece disposta a investir pesado.
Num primeiro momento, o acerto parecia iminente pelo interesse mútuo, mas a Penalty passou a fazer jogo duro, não aceitou as condições e acena com um ano. Cogitou-se lançar nota de agradecimento pela parceria, dando-a como encerrada para evitar mais polêmica e desgaste.
Caso não haja um desfecho positivo, o Vasco terá de correr contra o tempo para achar uma solução para confeccionar uma nova roupa e deve usar a atual com uma tarja tampando o nome da antiga fornecedora, como costuma acontecer nesta situação. A Umbro e a Kappa, que já patrocinaram o clube, surgiram como alternativas, mas não houve avanço nas conversas.
A relação entre as partes vem causando dor de cabeça nos últimos tempos. Críticas sobre a qualidade do material, repasses de royalties e até troca de acusações de desvio de remessa ocorreram com certa frequência. Os torcedores entraram em ação e criaram um site com a contagem regressiva para a saída da empresa, reunindo informações, notícias e opiniões para argumentar a respeito da rejeição. Por outro lado, o sucesso das camisas número três, de outras ações e a construção da megaloja no estádio serviram para aliviar as tensões.
O acordo foi firmado em 2009 por conta de uma dívida de cerca de R$ 8,5 milhões do clube, abatida em dezenas de parcelas. Desde 2011, porém, o contrato é alvo dos poderes do Vasco, que aguardam auditoria prometida na época. O Conselho Fiscal acredita que, além de itens não cumpridos (como uma loja no Nordeste), um montante alto, previsto em documentos entregues nos balanços realizados pela diretoria, ficaram pendentes pelo caminho. Foto: Fred Huber//Fonte: Globoesporte
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