O futebol profissional tornou-se o ‘ópio do Brasil’, e, assim como a droga, tem provocado ilusões, péssimos exemplos e sérios danos à Nação.
O esporte já foi saudável e proporcionou belos espetáculos, na época em que os atletas atuavam por prazer e amor ao clube e eram remunerados nos padrões normais do mercado. Porém, transformou-se em milionário negócio e pivô de crescente violência, e tem servido apenas aos interesses financeiros de atletas, clubes e federações.
Apesar de não dispor de recursos e condições estruturais, o Brasil gastou mais de US$ 30 bilhões para sediar a Copa de 2014, provavelmente por vaidade e propaganda governamental. O astronômico valor supera a somatória investida nas três últimas edições.
Foram feitas obras desnecessárias, superfaturadas e com legado duvidoso, enquanto áreas essenciais, como segurança, educação e saúde pública, continuam na penúria e totalmente ineficientes.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 13 milhões de brasileiros ainda passam fome e não têm acesso à água encanada. O Brasil é o 6º país mais violento do mundo, o 85º em índice de desenvolvimento humano e o 125º em saúde pública.
Diante dessa triste realidade, não seria motivo de orgulho ser o 1º no futebol. A paralisação das atividades laborais e produtivas nos dias de jogos acarretaram enormes prejuízos à Nação, que deixou de produzir em torno de R$ 60 bilhões. Se a energia e o dinheiro gastos no futebol fossem investidos na melhora do país, o Brasil seria o campeão do mundo em todos os aspectos. As recentes manifestações pela melhoria dos serviços públicos essenciais, e contrárias aos gastos para promover a Copa do Mundo, podem sinalizar o início de um novo tempo. por Eduardo Homem de Carvalho
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