Brasil e Rússia assinaram acordo de cooperação tecnológica para desenvolvimento de vacinas e soros. O documento, firmado durante o encontro entre o presidente russo Vladimir Putin e Dilma Rousseff, abre espaço para que o Instituto Butantã, de São Paulo, venda a vacina tríplice bacteriana (contra difteria, tétano e coqueluche) e soros para neutralizar efeitos de picadas de cobras, escorpiões e aranhas para o Instituto São Petersburgo. Em troca, o instituto russo repassará tecnologia para produção de vacina contra hepatite C e pneumococos. "Não falamos em valores ou em prazos. Esse foi o primeiro passo", afirmou o diretor substituto do Instituto Butantã, Marcelo de Franco, que foi a Brasília para assinar o protocolo. Ele conta que o principal interesse do instituto é incorporar tecnologia usada para o preparo da vacina contra hepatite C. "O imunizante é feito a partir de partículas sintéticas do vírus da hepatite, uma vacina que ainda não é produzida no País e que tem baixa toxicidade", afirma. As técnicas usadas na produção da vacina de pneumococo também despertam a atenção dos integrantes do Butantã. Além do instituto brasileiro e do russo, faz parte também do acordo a empresa pública russa Microgem. "Na primeira fase, vamos fazer visitas técnicas para identificar outras tecnologias que interessam aos institutos. Feito o diagnóstico, partimos para o intercâmbio de informações", disse Franco. A lista com produtos candidatos, afirmou, tem cerca de 15 itens. Segundo Franco, acordos internacionais firmados têm como principal objetivo parcerias para produção e desenvolvimento de produtos. Entre eles, estão o feito com o National Health Institute (NIH) dos Estados Unidos, para produção da vacina da dengue e de rotavírus. Para que o fornecimento da vacina para a Rússia seja possível, o instituto terá de obter uma précertificação na Organização Mundial da Saúde.
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