Os funcionários da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) estão em greve há 102 dias. Eles aguardam a reunião com o governo da Bahia, marcada para a próxima semana, na expectativa de resolver o impasse nas negociações.
Na manhã desta quinta-feira (3), parte dos funcionários da EBDA estiveram na sede da empresa para discutir os rumos da paralisação. Eles querem o cumprimento de um acordo, feito em 2012, para pagamento de dissídios coletivos atrasados e pedem a reestruturação da empresa.
Segundo os mobilizadores, 1.500 dos 2.500 servidores participam da paralisação. A categoria quer o pagamento dos dissídios de 1997, 1999 e 2003, que estão na Justiça. O valor estimado em mais de R$ 300 milhões foi reduzido para R$ 120 milhões, mas a proposta do governo do estado é de pagar R$ 80 milhões. "Dos R$ 80 milhões, seriam parcelados em 80 meses, o que significa uma redução muito forte, que não seria corrigida", afirma o diretor de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Área Agrícola do Estado da Bahia (Sintagri), José Brito.
Os sindicalistas querem a reestruturação da empresa e melhores condições de trabalho. "Falta de veículos, falta de computadores, falta de equipamentos para o exercício da extensão rural e também da pesquisa agropecuária", acrescentou o sindicalista. Os representantes do sindicato fizeram protesto no lançamento do Plano Safra, na terça-feira (1°). O governador Jaques Wagner prometeu reunião.
Enquanto governo e sindicato não entram em acordo, o agricultor sofre as consequências. A EBDA é responsável pela assistência técnica na produção agrícola, pela liberação de crédito rural e seguro Safra. Por causa da greve, esses serviços estão prejudicados. A EBDA é uma empresa ligada ao governo do estado, que tem a missão de fortalecer a agricultura familiar, e desenvolver projetos que ajudem a manter as famílias no campo.
O diretor executivo da EBDA, Thiago Figueira, reconhece que o ritmo do atendimento ao produtor rural ficou mais lento, mas garante a continuidade dos serviços. A expectativa agora gira em torno da nova rodada de negociações. "Essa próxima semana será dedicada a encontro de valores e de prazos, de modo que seja possível para o governo do estado pagar, seja interessante para os funcionários receberem o que nós podemos fazer", afirma. Do Portal Clériston Silva
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