Uma denúncia feita por dois agentes penitenciários relata privilégios e mordomias de presos da ala 12 da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo em Roraima, mais conhecida também como 'ala da ostentação'. Segundo eles, o local é controlado por líderes do sistema prisional, que alugam celas para visitas íntimas com amantes e namoradas ou para moradia de detentos e cobram R$ 500 por mês para cada 'quarto'. Cerca de 20 homens pagam pelo benefício. Fotos tiradas um dia após a revista feita no presídio nessa terça-feira (1°), quando foram retirados do local mais de cem televisores, exibem as regalias de quem paga pelo 'serviço' que oferece uma cela com cama, televisão de plasma, geladeira, ventilador e banheiro no porcelanato ou azulejo. "Os presos que ficam na 'favela' ([barracas improvisadas], se quiserem morar numa cela dessas, têm de pagar aos líderes da Penitenciária. Caso contrário, dormem ao relento. Os que têm condições, alugam para ter visitas íntimas ou apenas morar. É um motel improvisado e eles consideram isso uma ostentação. A diária custa R$ 40", contou um dos agentes que pediu anonimato. Pinturas personalizadas incluem ilustrações de mulheres e paisagens artísticas nas paredes das celas. O piso de azulejo do corredor da 'ala da ostentação' ganha destaque com a cor verde da parede e nas demais dependências do local. "Há falta de segurança na Penitenciária. Essa situação [das celas] mostra o poder que o tráfico tem e quem manda lá. Mas as autoridades não admitem. A Sejuc [Secretaria de Justiça e Cidadania] não faz nada para controlar essas regalias. Quem 'paga o pato' somos nós", declarou o agente. (Voz da Bahia)
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