247 – De forma minimalista extrma, a família de João Uchôa Cavalcanti Netto publicou um anúncio na página de obituário do jornal O Globo, convidando para sua missa de sétimo dia. Juiz aposentado e fundador da Universidade Estácio de Sá, ele sofria de câncer no esôfago e faleceu aos 78 anos devido a complicações da doença.
Uchôa ingressou no mercado de trabalho como repórter policial. Em 1970, o magistrado fundou na Zona Norte do Rio, a Faculdade de Direito da Estácio de Sá. Atualmente, o embrião se transformou em uma rede de duas universidades, dois centros universitários e 27 faculdades, que contam, em conjunto, com 77 campi, sendo 37 no Estado do Rio de Janeiro, e unidades em outros 15 estados brasileiros, além de uma universidade no Paraguai, com cerca de 2 mil alunos.
Em agosto de 2010, Uchôa e sua filha, Monique, donos da rede de ensino, decidiram se desfazer de sua participação na universidade e venderam, integralmente, os 41,7% que detinham do capital social da empresa. A GP Investimentos, que já era sócia da Estácio, continuou à frente da gestão do negócio.
Bilionário, morreu no entanto sozinho e abandonado. Deixou para trás uma discórdia familiar e uma legião de ex-funcionários raivosos que lutam até hoje na Justiça pelos direitos trabalhistas de base, como 13º salário e FGTS. Nunca pagou um centavo de tributos – nem INSS patronal dos professores e funcionários. E quando fez seu IPO, impediu a participação no evento dos assalariados, pela primeira vez na história das aberturas de capital.
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