Do UOL Ciência e Saúde
Pesquisadores testaram em animais recém-nascidos um medicamento humano prescrito para adultos com diabetes e relataram que a droga, quando administrada muito cedo na vida, impede de desenvolver a doença posteriormente. A descoberta foi publicada na revista Diabetologia.
Se o feito for repetido em humano,s o medicamento poderá impedir que crianças desenvolvam diabetes tipo 2. De acordo com a autora do estudo, Rebecca A. Simmons, a descoberta indica que existe uma janela de desenvolvimento da doença, isto é, um período de tempo em que é possível proteger de forma permanente as células produtoras de insulina.
A pesquisa pode ser relevante para crianças com problemas no crescimento intra-uterino, uma complicação comum durante a gravidez. Pesquisas anteriores mostraram que esse problema está associado com uma diminuição da disponibilidade de nutrientes e hormônios para o desenvolvimento do feto, e dessa forma, altera permanentemente a expressão genética e prejudica células produtoras de insulina no pâncreas.
Os pesquisadores usaram o hormônio Exendin-4, uma droga recentemente aprovada para adultos com diabetes tipo 2, condição na qual o paciente produz insulina suficiente, ou é incapaz de processar a insulina normalmente. Embora o mecanismo da droga não seja conhecido, ele aumenta a secreção de insulina em adultos.
No estudo, Simmons recriou problemas no crescimento intra-uterino em ratos. Os pesquisadores descobriram que depois do medicamento ser ministrado aos animais recém-nascidos, ele aumentou a expressão de um gene necessário para que as células beta, que produzem insulina, funcionem corretamente.
O uso do hormônio pode ser importante para pessoas que sofrem alterações anormais na infância e alteraram essas células, o que faz com que a dibetes adulta apareça.
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