BRASIL:Polícia do Rio de Janeiro confirma morte do menino Juan



Corpo encontrado às margens de rio eram mesmo de Juan, confirmou a polícia nesta quarta-feira

A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou nesta quarta-feira (6) que o corpo encontrado na semana passada era do menino Juan, desaparecido desde o fim de junho durante uma operação policial em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A informação foi confirmada pela chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, em entrevista coletiva.

Inicialmente as autoridades afirmaram que se tratava de uma menina, mas os resultados de exames de DNA mostraram que o corpo era mesmo de Juan. O corpo foi encontrado na quinta-feira (31) no riacho Santa Luzia, em Belford Roxo.

Segundo Martha Rocha, uma sindicância foi aberta na Corregedoria da Polícia Civil para analisar o parecer inicial da perita, que apontava ser de uma menina o corpo achado.

Por falta de pistas, as buscas pelo menino tinham sido suspensas no começo desta semana.

Juan foi visto pela última vez na favela Danon durante um tiroteio entre policiais e traficantes. Wesley de Moraes, 14, irmão de Juan, e Wanderson dos Santos de Assis, 19, também ficaram feridos e estiveram internados no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias. Eles receberam alta no final da semana passada.

Uma sindicância foi aberta na PM para apurar se os policiais que participaram da ação na favela Danon estão envolvidos no desaparecimento de Juan. A sindicância ainda não foi concluída. Os policiais não foram punidos, mas estão afastados das ruas e realizam apenas trabalhos internos.

Um teste de luminol encontrou marcas de sangue na viatura da PM utilizada no dia do tiroteio. No entanto, ainda não se sabe se o sangue é do garoto.

Os depoimentos dos 11 policiais militares investigados no caso foram tomados ontem de noite e duraram cerca de 13 horas na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense.

O chefe da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, Ricardo Souza, que comanda as investigações, disse que não pretende pedir de imediato as prisões dos militares suspeitos de envolvimento na morte. Ele afirmou que pretende colher novas provas e anunciou que uma reconstituição está marcada para sexta-feira, às 10h.

A família de Juan foi incluída na semana passada no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte (PPCAAM), já que Wesley, o irmão do desaparecido, é testemunha dos acontecimentos.

Ele chegou a ver o irmão ferido, mas não conseguiu ajudá-lo porque também fora baleado. O PPCAAM é mantido pela Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos em colaboração com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.*Com informações da Agência Estado