Com o estudo, vai ser possível entender melhor sobre antigas comunidades indígenas na Amazônia
Foto: Reprodução/ Diego Lourenço Gurgel
Um estudo liderado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) descobriu mais de 10 mil registros de comunidades indígenas antigas na Amazônia. A pesquisa foi publicada na revista científica Science. Por Vitor Guerra / SNB
Com uma combinação de tecnologia para monitoramento remoto com dados arqueológicos e modelagem estatística avançada, os pesquisadores apontaram locais onde as estruturas podem ser encontradas. Chamadas de “obras de terra”, essas estruturas antecedem a chegada dos europeus ao continente. Com informações de Governo Federal.
“A pesquisa traz inúmeras evidências da ocupação ancestral da floresta amazônica por povos originários, de suas formas de vida e da relação estabelecida por eles com a floresta. A proteção de seus territórios, línguas, culturas e heranças deve ser compreendida como milenar, como são, e não ligada a uma data, que é tão recente”, disse Luiz Aragão, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.
Avanços científicos
Segundo Luiz, o avanço científico e tecnológico promovido pela pesquisa é imenso e envolve várias áreas de conhecimento.
“Na própria arqueologia, por meio de novas descobertas; nas ciências ambientes, demonstrando o nível de interferência humana na região, o que pode ter implicações para seu funcionalmente atual e como modelamos o futuro”, explicou o chefe da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe.
Antes, as obras eram encontradas por meio de imagens do Google Earth, mas as dificuldades eram grandes devido à extensão da floresta.
Agora, com os novos lugares mapeados será possível descobrir novos sítios arqueológicos com dimensões monumentais e preservados.
“A pesquisa traz inúmeras evidências da ocupação ancestral da floresta amazônica por povos originários, de suas formas de vida e da relação estabelecida por eles com a floresta. A proteção de seus territórios, línguas, culturas e heranças deve ser compreendida como milenar, como são, e não ligada a uma data, que é tão recente”,
Tecnologia
A tecnologia foi grande aliada no estudo. Luiz Aragão e Vinicius, utilizando um laser embarcado em avião, conhecido como LiDAR (Light Detection and Ranging), e uma tecnologia de mapeamento remoto.
Com o sensor, eles conseguiram reconstruir elementos da superfície em um modelo 3D com grandes níveis de detalhamento.
Os modelos 3D auxiliaram na remoção digital da vegetação e iniciaram uma investigação arqueológica do terreno da floresta
“Investigamos um total de 0,08% da Amazônia e encontramos 24 estruturas, jamais catalogadas, nos estados do Mato Grosso, Acre, Amapá, Amazonas e Pará”, disse Vinicius.
Os achados remontam a um período entre 1500 a 500 anos atrás.
Sociedades pré-colombianas