Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista
A bela e talentosa atriz Letícia Sabatella, 52 anos, revelou nos últimos dias, a descoberta do diagnóstico de autismo. O TEA - Transtorno do Espectro Autista, segundo Letícia, foi considerado de nível leve, e a famosa está aprendendo a lidar e assimilar essa nova realidade.
Porém, esse exemplo de diagnóstico tardio só comprova que, apesar de ser considerado um tipo transtorno restrito à infância, ele tem se manifestado cada vez mais na vida adulta. Mas como conviver com ele? E como descobrir se um adulto possui autismo?
A primeira coisa que fica clara é que o autismo não chegou com a vida adulta, ele sempre esteve lá. Acontece que, quando criança, esse adulto pode não ter sido acompanhado e não ter recebido um diagnóstico na infância por apresentar sintomas mais leves, que podem ser mais difíceis de reconhecer.
A criança autista cresce e esse adulto continua sendo autista. Além disso, um adulto quando não diagnosticado, pode desenvolver ansiedade e depressão, pois não entende os motivos de ser diferente das outras pessoas, já que muitos sintomas ficam camuflados e misturados aos desafios da vida adulta, descaracterização seus sinais e sintomas, mas esse cenário vem mudando a cada dia.
Isso é tão real e alarmante que, pesquisas revelam que, no ano de 2004, 1 em cada 166 pessoas adultas apresentavam sintomas do autismo. Em 2007 essa proporção era de 1 em cada 54 pessoas e em 2021 (no auge da pandemia), esse número chegou a ser de 1 em cada 44 adultos acometidos pelo transtorno.
Dados que mostram a necessidade de uma maior aceitação, divulgação sobre a definição da doença, sintomas e tratamento proposto. Já que, o autismo é um tipo de transtorno que pode trazer prejuízos em qualquer etapa da vida, por isso quando não tratado em idades iniciais, pode acarretar problemas na comunicação, socialização, aprendizagem cognitiva e interações humanas.