Mensagens no aparelho do ex-ministro de Bolsonaro incluem convocação para golpe e ataques ao STF
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Apreendido pela Polícia Federal (PF), o celular do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, armazena farta gama de conteúdos considerados golpistas.
Conforme Paulo Cappelli, no portal Metrópoles, o material inclui uma série de imagens com mensagens que vão desde o incentivo à concentração de bolsonaristas nos quartéis do Exército para “exigir intervenção federal”, passando por ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), até a sugestão do enforcamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Intitulada “A rampa” e datada de 3 de dezembro de 2022, após a vitória do petista contra Bolsonaro, uma das imagens encontradas no telefone de Torres traz a legenda “Os corruptos comunistas que fraudaram as eleições subirão nesta rampa em Brasília construída pelo povo brasileiro” e ao fundo mostra uma forca.
Outro card no celular do ex-ministro da Justiça pede “intervenção federal” dois dias após o segundo turno das eleições presidenciais. “Convocação nacional. O nosso Brasil precisa de nós! 02/11/2022. Concentração nos quartéis por todo o Brasil! Exigência para o cumprimento da intervenção federal. Compartilhem ao máximo”, diz o material. Quatro dias após o pleito, há ainda um vídeo que convoca militância pelo “Fora Lula”.
No aparelho foi encontrada ainda mensagem com teor conspiratório contra Alexandre de Moraes. “Ele é funcionário público, que tal darmos 5 dias para ele explicar origem do dinheiro para comprar 8 imóveis, ao valor médio de 4 milhões cada. Com salário de R$ 39 mil”, dizia texto sugerindo enriquecimento ilícito por parte do magistrado.
Os ataques não se limitaram a Moraes e atingiram toda a Corte. “Aonde quer chegar o STF?”, diz nota assinada pela Comissão Interclubes Militares, de 23 de abril de 2022. “O STF vem há tempos propagando notórias e repetidas demonstrações de partidarismo político em suas interpretações da Constituição Federal e, até mesmo de modo surpreendente, manifestando publicamente preferências partidárias, como agiu um de seus Ministros em evento no exterior, ao considerar como inimigo o Chefe do Poder Executivo”, diz trecho da nota salva no celular de Anderson Torres.
Segundo a coluna, assinam o documento Luiz Fernando Palmer Fonseca, então presidente do Clube Naval; Eduardo José Barbosa, então presidente do Clube Militar; e Marco Antonio Perez, presidente do Clube da Aeronáutica).
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