por Cláudia Collucci | Folhapress---**Foto: Agência Brasil
Em clima de temor sobre o futuro dos programas de DST/Aids na gestão do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), 26 entidades da área da saúde redigiram um manifesto recomendando a permanência da política pública entre as prioridades do seu mandato.
"Trata-se de uma política de Estado e não de governo e deve ser entendida como tal", afirma o documento, elaborado pela Cnaids (comissão nacional das infecções sexualmente transmissíveis), lembrando que a política tem 33 anos e envolve os gestores das três esferas de governo, a sociedade civil organizada e a comunidade científica.
Segundo o manifesto, se não houver a priorização contínua da política de promoção da saúde, de vigilância, prevenção e controle do HIV/Aids e das infecções sexualmente transmissíveis, todo o êxito alcançado pelo país no cenário mundial estará fortemente ameaçado. "O que traria prejuízos imensuráveis e, de modo mais preocupante, definitivos."
O manifesto foi lido nesta terça-feira (30) durante as comemorações dos 30 anos do Centro de Referência e Treinamento de São Paulo e 35 anos do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo.
O evento foi marcado por falas em defesa do SUS e mensagens de resistência diante do atual cenário político. "A gente vai continuar junto. A resposta brasileira à epidemia tem origem no cumprimento da democracia", disse Fernanda Rick, do Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.