Presidente Dilma Rousseff conhece as violações dos direitos humanos, a tortura, a prisão ilegal e a arbitrariedade. O Brasil não pode ter medo de defender o que é correto
Lilian Tintori, O Globo
Faz pouco mais de um ano, meu marido, Leopoldo López, líder do partido político Vontade Popular, com outros líderes da oposição e estudantes, organizou um protesto massivo para responder à rápida deterioração econômica e à insegurança em nosso país. A convocatória, não violenta, constitucional e democrática, foi para pedir a mudança de um governo corrupto, ineficiente e repressivo, que viola sistematicamente os direitos de seu povo.
Esse movimento, chamado “A saída”, oferece alternativas institucionais estabelecidas pela Constituição da Venezuela: realizar um referendo, uma Assembleia Constituinte, emenda constitucional, reforma constitucional ou a renúncia do presidente. O governo respondeu com mão de ferro aos protestos. O saldo foi de 44 mortos, 3.718 detenções arbitrárias, e 44 presos políticos. Entre eles, meu marido.
Leopoldo está no cárcere acusado de incitação pública, danos contra a propriedade e conspiração para delinquir. A Anistia Internacional classificou essas acusações de “tentativa de motivação política para silenciar a dissidência”. O Alto Comissariado para os Direitos Humanos, o Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária, o Comitê contra Torturas, todos das Nações Unidas, assim como o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o Human Rights Watch, e vários parlamentos — recentemente Chile, Espanha e Colômbia