Pelo menos 110 pessoas morreram neste domingo, 13, durante um tumulto ocorrido em uma ponte que dá acesso a um remoto templo hindu no centro da Índia. Mais de 100 pessoas ficaram feridas, 10 vítimas foram internadas em estado crítico.
Reuters
Indianos tentam identificar parentes e amigos entre as vítimas do pisoteamento
A tragédia ocorreu quando aproximadamente 150 mil religiosos peregrinavam em direção ao templo de Ratangarh para celebrar o festival religioso de Dussehra em uma floresta próxima à cidade de Datia, 390 quilômetros ao norte de Bhopal, capital do Estado de Madhya Pradesh.
O pânico tomou conta dos peregrinos que caminhavam para o templo quando um veículo pesado bateu contra a ponte e rumores de que a estrutura estava desabando sobre o Rio Sindh se espalharam, de acordo com o relato de D. K. Arya, vice-inspetor-geral da polícia na região de Chambal, à agência de notícias Press Trust of India. O policial afirmou que pelo menos 17 crianças e 31 mulheres estão entre os que morreram.
Mas o jornal 'The Times of India' deu outra versão para o início do tumulto: "Em um grande lapso por parte da administração (pública), pesados veículos carregando peregrinos foram autorizados a cruzar a ponte", afirmou o diário, justificando o medo de que a estrutura ruísse.
Segundo relatos, os corrimãos da ponte se quebraram e o tumulto começou. Alguns devotos foram pisoteados até a morte, sob os pés de seus colegas de adoração, e outros morreram afogados. Fontes policiais afirmaram que cerca de 20 mil pessoas estavam sobre a ponte no momento da confusão - e outras 400 mil já estavam dentro do templo.
"Testemunhas afirmam que um confronto entre dois grupos de cidadãos sobre a ponte forçaram uma reação da polícia com bastões, o que provocou o tumulto", afirmou 'The Times of India'. "A polícia atacou (os religiosos) com paus durante o momento de pânico, o que agravou a situação e fez com que várias pessoas se atirassem da ponte", afirmou Manoj Sharma ao jornal.
O ministro do Interior de Madhya Pradesh, Uma Shakar Gupta, afirmou que a causa do tumulto não tinha sido determinada e desmentiu que houve erro nas medidas de segurança.
"A segurança estava garantida. Trata-se de um evento anual", disse. "É falso dizer que a administração (pública) conduziu mal o evento. As medidas para evitar todo incidente dramático foram tomadas", declarou o deputado Ashok Argal. "As pessoas às vezes se mostram pouco cooperativas e com muita pressa, o que originou o incidente." As autoridades indianas anunciaram uma indenização de 150 mil rupias (cerca de 2 mil) às famílias dos mortos e de 50 mil rupias aos feridos. / AFP, REUTERS e AP