Tereza Cruvinel(Correio Braziliense)
A presidente Dilma Rousseff, em ligeira abordagem do acordo Marina SIlva e Eduardo Campos, evitou subestimar o feito e o prestígio político da ex-senadora. É claro que o PT está incomodado com a união entre dois ex-aliados que não escondem mais o ímpeto oposicionista e mesmo o ressentimento, embora insistam: Marina perdeu a Rede porque foi imprevidente, não colheu assinaturas de sobra como o Pros e o PSD, que sofreram impugnações em escala.
Mais frios, os senadores petistas Welligton Dias e Humberto Costa fazem uma avaliação mais positiva do novo quadro eleitoral: a estratégia da oposição sempre foi levar a disputa para o segundo turno por meio da dispersão dos votos no primeiro. E, para isso, contava com a apresentação de três ou quatro candidatos antiDilma.
Com a decisão de Serra, de ficar no PSDB, desistindo de concorrer pelo PPS, acabou-se a quarta candidatura. E, com o fracasso da Rede e a união Marina-Campos, duas candidaturas resultaram em uma só. Dilma enfrentaria então, segundo o quadro de hoje, apenas dois adversários competitivos.
Ainda que ocorra o segundo turno, suas chances de vitórias não teriam diminuído, muito pelo contrário, dizem eles. Num jogo convencional, Dilma terá um tempo de televisão muito maior, a força da máquina federal, um grande cabo eleitoral, que é Lula, entre outras vantagens, que ela só perderá se um dos concorrentes adquirir a força dos fenômenos eleitorais, ancorada na percepção de que mudarão o país para melhor. A ver.
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