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domingo, 13 de outubro de 2013

Políticos falando verdades...

Luciano Tavares, de Rio Branco-Acre
O pastor Denílson Segóvia (PEN), que se elegeu deputado estadual em 2010, apoiado em uma farta campanha publicitária patrocinada pela deputada federal Antônia Lúcia (PSC-AC), estaria apostando todas as fichas para garantir sua reeleição em 2014, oferecendo a Igreja Quadrangular como moeda política.

Em entrevistas a um jornal local, Segóvia declarou que “a igreja quadrangular abandonou a oposição e vai ajudar na reeleição de Tião Viana”. Denílson Segóvia foi eleito presidente da denominação religiosa após embates com os pastores Lacerda e Antônio José, que fundaram novas igrejas com fiéis dissidentes.

Membros da Igreja Quadrangular de Rio Branco, que apoiam Denílson Segóvia participaram na sexta-feira (11), de uma reunião para acertar novas filiações no Partido Ecológico Nacional (PEN) e montar estratégias para ajudar na reeleição do governador Tião Viana (PT) nas eleições de 2014.

Denílson Segóvia quis demonstrar poder de mando levando 10 bispos, dezenas de pastores e coordenadores da quadrangular para o evento do PEN. Renegando a ajuda financeira de Antônia Lúcia, Segóvia disse que foi eleito com ajuda da Igreja Quadrangular, e seu objetivo seria levar os líderes religiosos para apoiar o governo do PT.

Falando em nome dos fiéis, o deputado destacou: “a igreja quadrangular abandonou a oposição e vai ajudar na reeleição do governador Sebastião Viana. Antes, a igreja apoiava a oposição”. Com um certo ar de demagogia, Segóvia enfatizou que a decisão dos fiéis apoiar o PT é de “propriedade e espiritualidade”.

O deputado da base de apoio da administração petista deixa claro o uso político de sua denominação religiosa. Ele disse que o PEN realizará atos de filiação entre os fiéis da Igreja Quadrangular nos municípios de Cruzeiro do Sul, Porto Acre, Xapuri e Mâncio Lima. “Nesses municípios nós vamos concentrar campanhas de filiação para fortalecer o nosso partido”.

Segóvia anunciou que Astério Moreira (eleito com apoio da Igreja Renovada), Fernando Lage e Francivaldo Barros que é um dos líderes da igreja quadrangular, serão lançados como candidatos a deputado federal pelo PEN nas eleições de 2014.

A aposta dos “deputados/religiosos” é alta no ambicioso projeto político que estaria usando as igrejas como uma extensão dos partidos e os fiéis como moeda política nas negociações de apoio com a cúpula da Frente Popular do Acre (FPA) que busca a manutenção da hegemonia política no Acre, além da reeleição do governador Sebastião Viana.

Denílson Segóvia usa a Igreja Quadrangular como partido político
para barganhar reeleição e apoiar Sebastião Viana, em 2014

Longe de observar o mandamento bíblico do apóstolo Pedro, que exorta aos pastores a não negociarem o rebanho de Deus, Segóvia estaria disposto a fazer de tudo para se manter no poder.

No jogo de fé e política misturado com barganha eclesial, o pastor-deputado promete mais a Sebastião Viana. A meta é tentar alcançar os mais de 18 mil membros e 520 obreiros (pastores titulares e auxiliares) visitando os 82 templos da Igreja Quadrangular, quase que obrigando os fieis a fazerem aliança política com ele o governo, como fez nas eleições passadas, durante o 1º e 2º turnos, quando reuniu todos os líderes da Igreja para declarar apoio a Marcus Viana.

Para convencer as ovelhas, o pastor utiliza-se do argumento em suas pregações de que é preciso de “unidade na Igreja” e que o povo de Deus necessita de um representante, um “homem de Deus” no parlamento, para facilitar as negociações com o governo, por exemplo, em casos de anistia de multas ou aquisição de documentação de um terreno da Igreja.

Por outro lado, nem todos concordam com a pregação e a condução do chamado projeto político da Igreja. Esses não se manifestam publicamente com medo de perseguição.

Na lei de Segóvia não impera o livre arbítrio dado pelo Deus de suas pregações, ao contrário, o que ele mais segue é o “olho por olho dente por dente”, da Lei de Moisés.

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