Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) decidiu, nesta terça-feira (30), dar continuidade a um inquérito que aponta o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), como principal suspeito de lavagem de dinheiro e corrupção por meio da “máfia das creches” de São Paulo. A informação foi divulgada pela Folha de São Paulo.
Segundo a PF, parte da apuração do inquérito iniciado em 2019 já foi concluída, com o indiciamento de mais de 100 pessoas suspeitas de desvios de valores destinados às unidades de ensino infantis na capital paulista.
O prefeito Ricardo Nunes, por sua vez, negou irregularidades e afirmou que houve análise incorreta dos documentos apresentados pela sua defesa. “O prefeito Ricardo Nunes não foi indiciado. No procedimento, nunca houve nenhuma acusação contra Ricardo Nunes e a empresa Nikkey.”, escreveu em nota.
A dois meses das eleições, a investigação apura a suspeita de que entidades gestoras de creches teriam recebido de volta parte do dinheiro contabilizado como despesas com materiais. As empresas faziam os repasses via cheques, depósitos e boletos, beneficiando pessoas ligadas à administração dessas entidades. Uma das fornecedoras, uma loja de materiais escolares, chegou a movimentar R$ 163 milhões.
Nunes, pré-candidato à reeleição, não foi indiciado até aqui. No entanto, a PF reforçou a necessidade de novas investigações, em razão da suspeita de envolvimento dele em lavagem de dinheiro por meio de uma empresa de construção, também na mira da polícia.
Além disso, a PF diz que Nunes não apresentou as notas fiscais relativas aos serviços que ele alega serem a origem de depósitos em sua conta pessoal. O atual prefeito também é citado na investigação da PF após suspeitas de transações com uma empresa conhecida como "noteira" do esquema das creches e aponta relações dele com pessoas ligadas à Acria (Associação Amiga da Criança e do Adolescente), entidade que gere creches conveniadas.
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