PL articula para barrar vitória de Lira na disputa pela presidência da Câmara

Grupo dissidente inclui nomes como Mário Frias, Ricardo Salles e Eduardo Pazzuello; Eduardo Bolsonaro, no entanto fica em cima do muro e teme contrariar Lira

Foto: Agência Câmara

Após o apoio do PT à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados, parte da futura bancada do PL articula para barrar a vitória do parlamentar alagoano.

De acordo com informações da coluna Painel, na Folha de S. Paulo, o grupo de opositores reúne 35 dos 99 eleitos pelo partido e já está em tratativas com parlamentares de outras legendas.

A ideia inicial é indicar para a disputa o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) para a disputa. Segundo a publicação, dentre os envolvidos na articulação estão nomes como Gustavo Gayer (PL-GO), Mário Frias (PL-SP), Ricardo Salles (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Pazzuello (PL-RJ).

Uma das justificativas da ala bolsonarista do PL é justamente o apoio do PT e de partidos da base do governo Lula (PT) a Lira, o que, segundo eles, “contaminaria” a candidatura do atual presidente da Câmara, mesmo ele tendo sido aliado de Jair Bolsonaro (PL).

Conforme argumentou um dos articuladores do movimento, o problema não seria o nome de Arthur Lira em si, mas se associar à esquerda na defesa da recondução do deputado à presidência da Casa.

Segundo a coluna, caso se confirme a candidatura de Orléans e Bragança o PL sofrerá um racha, já que o cacique do partido, Valdemar Costa Neto, e o líder da bancada, Altineu Côrtes (RJ), tendem a apoiar a recondução de Lira.

Há ainda outro impasse para a consolidação da estratégia, visto que bolsonaristas de peso como Bia Kicis (PL-DF) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) permanecem em cima do muro por temer contrariar o atual presidente da Câmara e perder a oportunidade de ocupar cargos em comissões ou na Mesa Diretora, se forem de encontro ao poderoso parlamentar.

Ainda conforme a coluna, o grupo dissidente do PL tem conversado também com deputados de partidos como Novo, Podemos e União Brasil na tentativa de reunir ao menos 50 votos para a campanha de Orléans e Bragança.