Mais do que o senador Jaques Wagner (PT), responsável pelo anúncio que levou ao afastamento do vice-governador João Leão do grupo e pode resultar no seu apoio à candidatura de ACM Neto (DEM), o senador Otto Alencar (PSD) é considerado, no PP nacional, como o verdadeiro responsável pela desarticulação que implodiu a chapa governista. Via Política Livre
A avaliação é feita pelos principais caciques nacionais da sigla, que se reuniram com Leão para avaliar a situação do partido no Estado e ficaram assombrados com o relato que o vice-governador baiano lhes fez sobre como soube, pela imprensa, que não assumiria mais o governo no lugar do governador Rui Costa (PT).
Coube a Wagner dizer numa entrevista a Mário Kertész, na última segunda-feira, que o governador Rui Costa (PT) concluiria o mandato, decretando o fim do acordo pelo qual Leão assumiria o comando do Estado em seu lugar por nove meses e abrindo a crise que levou ao desentendimento aberto com o vice.
Mas, na avaliação do PP nacional, foi o senador do PSD, com sua ‘intransigência’ em disputar apenas a reeleição, sem abrir qualquer perspectiva de concorrer à vice, cargo que, pela lei, Leão não poderia mais pleitear, que criou as condições para a completa desagregação do grupo governista.
“O coronel Otto submeteu Wagner ao seu chicote, mas não conseguiu submeter Rui. Agora, vai pagar com a própria derrota e a de quem ficou do outro lado”, disse a mesma fonte do PP nacional a este Política Livre, referindo-se à “esperteza” de Wagner em colocar um “laranja” do PT para concorrer em seu lugar ao governo.
Para a mesma fonte, Wagner sabia que sua decisão de impedir Rui de concorrer ao Senado, o que implicaria em renunciar ao mandato para entregar o governo a Leão, resultaria, inevitavelmente, na saída do vice do grupo e na sua provável adesão à candidatura de Neto, tornando mínimas as chances de vitória do governo.
Agora, eles comemoram o fato de assistirem à abertura de duas novas frentes para Leão – o apoio a ACM Neto ou o lançamento de sua candidatura ao governo -, ao passo que vislumbram uma ‘derrota retumbante’ para Otto, especialmente se o candidato do PT à sucessão não for Jaques Wagner, mas um “laranja”.
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