Um manual que faria indicações para o “tratamento precoce” da Covid-19, defendido à exaustão pelo governo Jair Bolsonaro na pandemia, foi encomendado pelo Ministério da Saúde à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). A entidade é um braço da Organização Mundial da Saúde na América, e recebeu a solicitação do governo brasileiro em novembro do ano passado, de acordo com documentos obtidos pelo jornal O Globo. Foto: Divulgação
O Ministério da Saúde definiu o nome do médico Ricardo Zimerman para conduzir a elaboração do manual, traz a reportagem. Ele foi um dos integrantes da comitiva do Ministério enviada à Manaus durante a crise causada pela segunda onda de contaminações da Covid-19 na cidade. Nas redes sociais, Zimerman faz publicações em defesa do uso de medicamentos sem eficácia contra a infecção causada pelo novo coronavírus.
A matéria destaca que o manual nunca foi divulgado, mas que o conteúdo vai na contramão de pesquisas e até da própria Organização Mundial de Saúde (OMS).
O manual recomenda o uso de cloroquina, ivermectina e azitromicina no tratamento de pacientes com diagnóstico para Covid-19.
Partiu do secretário de Ciência e Tecnologia, Inovações e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, Helio Angotti Neto, o pedido de elaboração do manual, segundo a reportagem.
Conforme a apuração, em novembro de 2020, Helio Angotti enviou um ofício à representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, pedindo que a organização fizesse a contratação de uma consultoria técnica para a elaboração de três produtos, entre eles um manual de orientações sobre a aplicação do suposto tratamento precoce para a Covid-19.
A solicitação do Ministério foi acatada pela Opas, que, por sua vez, deu início à contratação de Zimerman por um valor de R$ 30 mil.
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