Edson Fachin, ministro do STF e do TSE | Foto: Nelson Jr. / SCO/ STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, vê risco de o país ser tomado pelo "populismo autoritário". Ele, que assume a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, também teme pela integridade das eleições e acredita que o país esteja na "antessala do golpe".
"Lamentavelmente, há mais parasitas do que hospedeiros. O populismo totalitário ronda a democracia brasileira. É fundamental esse alerta, porquanto é antessala do golpe. O mais grave é essa visão personificada do povo em
contraste com as instituições. Precisamos sair da crise sem sair da democracia," disse o ministro, em entrevista ao jornal Correio Braziliense. "As eleições de 2022 trazem à tona um imperativo categórico: preservar o sistema eleitoral brasileiro," completou.
Segundo Fachin, são necessárias ações coordenadas na sociedade e no Estado, em suas diversas esferas e instâncias, para a crise da gestão da pandemia. "Precisamos sair da crise sem sair da democracia. O caminho passa pela política e pelo espaço público, com atuação franca e desinteressada. Cada gesto, cada comportamento, conta como exemplo. É mais do que hora da comunhão na diversidade. O país não pode esperar mais. Saídas passam por elevar o grau de institucionalização, pelo urgente enfrentamento dos efeitos assimétricos da pandemia," afirma.
Fachin destacou que o Brasil passa por uma "recessão democrática" e que por isso deve-se manter a integridade das eleições de 2022. "Para a recessão democrática agravada na pandemia, manter e consolidar a democracia representativa, melhorar a qualidade dos processos nas consultas (eleições, plebiscitos, referendos), e não normalizar o depois como se fosse apenas um rascunho do tempo precedente".
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