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quarta-feira, 12 de maio de 2021

CPI da Covid: Renan diz que Wajngarten 'exagerou na mentira' e presidente suspende sessão

por Ailma Teixeira**Foto: Michael Melo/Metropoles
O depoimento do ex-secretário de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten, chegou a ser suspenso na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, na manhã desta quarta-feira (12). A medida, adotada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), pretendia restabelecer a ordem na comissão após o relator Renan Calheiros (MDB-AL) dizer que Wajngarten "exagerou na mentira".

Como exemplo, Renan pontuou que a primeira campanha realizada pelo governo em 2020, citada pelo ex-secretário, teve como garoto-propaganda o apresentador Otávio Mesquita, que é contra o isolamento social.

Wajngarten também tem sido pressionado a esclarecer as declarações que deu à revista Veja, que inclusive motivaram sua convocação para a CPI, mas tem evitado fazer acusações diretas ao ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Enquanto na entrevista à revista, ele disse que a gestão do Ministério da Saúde foi incompetente na aquisição de vacinas, na CPI, ele afirmou que não se referia ao general de forma direta e acrescentou não ser capaz de apontar quem prejudicou as tratativas por não ter participado das negociações.

"O general Pazuello foi corajoso de assumir uma pasta no pior momento da história do Brasil, poucos teriam tido a coragem que ele teve", elogiou.

Por outro lado, ele repetiu que foi o primeiro a receber os representantes da Pfizer, que passaram dois meses sem ser respondidos pela Saúde, pelo Palácio do Planalto e por outros ministros do governo.

As respostas evasivas fizeram Aziz questioná-lo: "Vossa excelência está confiando em quê lá na frente? Quem já enfrentou processo sabe que isso não acaba amanhã", frisou. Ao retomar a sessão, o presidente foi além e advertiu o ex-secretário que, se ele não for objetivo nas respostas, a sessão será definitivamente suspensa, os senadores vão requisitar as gravações à Veja e ele poderá ser convocado na condição de investigado, não mais de testemunha.

SÉRIE DE DEPOIMENTOS
Fábio Wajngarten é o quinto a depor na CPI da Pandemia, que visa apurar as ações e omissões do governo federal no combate à Covid-19. Antes dele, os senadores colheram depoimentos dos ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, do atual ministro Marcelo Queiroga e do diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres. O depoimento do general Eduardo Pazuello, o mais esperado, está previsto para o dia 19.

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