Em alguns estados brasileiros, a presença de convidados e público reduzido vem sendo discutida, principalmente em jogos decisivos de competições de destaque.
Foto: Glauber Guerra / Bahia Notícias
Mesmo durante a pandemia, o Campeonato Baiano está trazendo novidades para os clubes participantes. Assim como este ano será a primeira edição que dará prêmios em dinheiro para os três primeiros colocados, a temporada de 2022 pode ter a presença de árbitros de vídeo em outras partidas além da final. Em entrevista ao programa BN na Bola, da rádio Salvador FM 92.3, Ricardo Lima, presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), falou sobre os investimentos na competição estadual, as atuações da entidade diante da pandemia e comentou sobre a realização dos campeonatos no estado.
“Vocês terão novidades para a próxima competição. É uma tecnologia que chegou para ficar e nós entendemos que ela é fundamental no processo que hoje estamos realizando. É uma tecnologia que vence baratinado ao longo dos anos”, relatou o dirigente sobre o VAR.
“Eu me recordo que em 2019 o custo do VAR era de aproximadamente, só em tecnologia e a homologação, quase R$ 60 mil. Esse ano nós conseguimos em uma negociação com uma empresa que presta serviços para o Campeonato Brasileiro, e que está fazendo isso em todos os jogos, praticamente, elimina esses cursos de homologação. Então, ele chegou a custar com as suas despesas aproximadamente R$ 32 mil. Então, é uma tecnologia que ainda é cara para nossa realidade, mas que vem sendo barateada. A gente realmente espera que no próximo ano terá um avanço significativo para que a gente possa dar mais qualidade, segurança e minimizar os erros que, porventura, venham a acontecer dentro de campo”, explicou.
Em alguns estados brasileiros, a presença de convidados e público reduzido vem sendo discutida, principalmente em jogos decisivos de competições de destaque. Aqui na Bahia, Ricardo Lima declarou que a presença de torcedores nas arquibancadas depende diretamente da situação de pandemia no estado com base dos dados da Secretaria de Saúde.
“Desde o início dessa pandemia eu procure está alinhado com a Secretaria de Saúde do estado, sao eles que tem os dados científicos e os números. Então, eu fico muito à vontade para seguir a orientação da secretaria do estado. Sobre essa questão [de torcedores] estamos muito próximos a eles, sempre no diálogo. Se você me perguntar como presidente, lógico que é o que representa o futebol e que a gente gostaria de ter as finais [do Baiano] com casa cheia, mas entendemos que esse não é o momento. Quando puder e tiver a oportunidade e for o momento, que a gente possa realmente está fazendo esse modelo, que seja 10% e 20%, ainda não discutimos esses tipos de base, mas a gente vai aguardar o processo de vacinação e como a sociedade irá se comportar”, comentou.
Enquanto o Campeonato Baiano está sendo realizado, sob protocolos, o Intermunicipal está sem ter edições desde o ano passado. Ricardo Lima explicou o motivo das ligas dos interiores não estarem tendo a oportunidade de disputar jogos e os cuidados necessários para que a FBF possa realizar competições.
“Como o Intermunicipal é uma competição não profissional, a gente vai estar aguardando até os últimos instantes para que possamos tomar uma decisão. No ano passado, a gente tomou isso baseado no que vinha acontecendo no mês de setembro. Eu acho que a gente ainda pode segurar um pouco mais, porque o que inviabiliza o Intermunicipal no dia de hoje é o modelo de testagem que nós temos. Temos um termo de ajuste de conduta que foi necessário se fazer para que nós, como entidade de administração, para que pudéssemos colocar com qualquer competição, teríamos que ter o cuidado realmente necessário de preservação da vida. E é dessa maneira que a gente tem realizado todas as competições”, detalhou o presidente da FBF.
“É um modelo de testagem caro, a gente entende que, nesse momento, é preciso abraçar os clubes e mostrar alternativas, mas, ainda assim, nós sabemos que muitos não têm a condição. Mas, nós vamos estar acompanhando a vacinação no nosso estado, vamos aguardar. É uma competição que já deveríamos ter aberto as inscrições, mas por conta das dificuldades, não abrimos e quem sabe no próximo semestre, se tivermos realmente uma melhora, a gente consegue fazer algo para que possamos alegrar o interior”, completou.
Na entrevista, ele ainda falou como está sendo manter o Baiano em 2021 e comentou sobre a final inédita entre clubes do interior no seu mandato, além das novas premiações para os três primeiros colocados da competição.
“Eu estou muito satisfeito em fazer um campeonato em um momento tão difícil para o nosso país. Não tem sido fácil. Nós tivemos que buscar outras alternativas, fazer com que os clubes acreditassem na nossa proposta, cumprimos aquilo que era necessário, principalmente entregar a competição dentro de um calendário disposto pela Confederação Brasileira de Futebol”, admitiu.
“Nós entendíamos que isso era necessário [prêmios em dinheiro]. Não é uma vontade só minha, isso já vínhamos fazemos anteriormente, inclusive na gestão do ex-presidente Ednaldo Rodrigues isso também foi tentado, mas por diversas dificuldades, não conseguiram realizar. Esse ano, com o contrato diferente que fizemos juntamente ao governo do estado e juntamente com a TVE, foi possível colocarmos isso na pauta, discutindo os números e assim fazermos com que eles tivessem essa premiação”, explicou.
“Temos a plena consciência que são números tímidos, mas que, para um início é muito importante. Se você observar os valores que um clube do interior irá receber é mais do que o dobro que recebia no contrato anterior. Então a gente fica feliz em poder estar proporcionando em um momento tão difícil”, destacou.
Com Bahia de Feira e Atlético de Alagoinhas brigando pelo título este ano, o dirigente vangloriou as gestões das agremiações que vêm colocando as equipes entre os finalistas nos últimos anos.
“Uma final histórica, uma final em que chegaram dois clubes que poderíamos dizer que no início muitos não acreditavam, mas é o reflexo de um trabalho muito bem feito, um trabalho pautado na seriedade, num processo amadurecimento de gestão, realizado pelo professor Jodilton Souza, presidente do Bahia de Feira, bem como pelo Albino, que também já está no futebol há alguns anos e pelo segundo ano consecutivo coloca o Atlético de Alagoinhas na final da competição. Observe que não é algo para que a gente se surpreenda. Em 2019, o Bahia de Feira esteve na final da competição, e em 2020, o Alagoinhas. Mantiveram suas bases e estão logrando o êxito de estarem na final da competição”, finalizou.
No programa, Ricardo Lima ainda falou sobre os troféus de campeão e vice do estadual e a tradição de homenagear um nome do futebol na taça.
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