A Vale sabia, pelo menos desde 2003, de fragilidades na barragem que se rompeu em Brumadinho (MG) e, apesar de alertas, não há indícios de que tenha estudado a retirada das instalações administrativas da área de risco.
Essas são as conclusões de relatório da comissão independente de investigação contratada pela mineradora para apurar o rompimento de barragem da mina Córrego do Feijão, que deixou 270 mortos em janeiro de 2019.
A Vale divulgou um sumário do relatório na noite de quinta (20). O trabalho foi realizado por equipe coordenada por Elle Gracie, ex-ministra do STF (Supremo Tribunal federal). Além das investigações, sugeriu uma série de recomendações para evitar novos desastres.
Segundo a comissão, já havia informações sobre a fragilidade da barragem mesmo antes da compra da Ferteco, sua antiga dona, pela Vale. “Tais informações tornaram-se especialmente relevantes após o rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, ocorrido em novembro de 2015”, diz o relatório.
Em 2016, novos estudos teriam indicado que as condições da barragem eram frágeis. Em 2017, novas avaliações indicavam “condição de estabilidade apenas marginal”. A comissão apurou, que houve resistência da área geotécnica da companhia para aceitar esses resultados.
“Evidências obtidas pela investigação sugerem que a paralisação da disposição de rejeitos na barragem, em julho de 2016, foi determinada pelo então diretor executivo de Ferrosos [Peter Poppinga], possivelmente em razão de preocupações de segurança”, afirma o relatório. Mais em https://blogdovalente.com.br
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