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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Preço da carne deve subir 15% na Bahia por conta das chuvas irregulares

A seca comprometeu 95% da plantação de milho e 90% da de feijão no Nordeste do Estado
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O cenário é desolador. São mais de 60 mil hectares de lavouras perdidas nos municípios de Adustina e Paripiranga, dois dos maiores produtores da região Nordeste da Bahia. A perda na safra de milho chega a 95% da área plantada e a 90% das lavouras de feijão. Os prejuízos ainda estão sendo contabilizados e se ao menos parte das perdas deve ou não – e em que medida – ser repassada ao longo da cadeia produtiva de alimentos até chegar ao consumido final.

A chuva tardia no início da colheita e a longa estiagem no período final do cultivo fizeram ruir o sonho de mais de 4 mil agricultores. Eles esperavam produzir mais de 3, 8 milhões de sacas de milho em 2018, repetindo o feito do ano passado, quando colheram quase 250 mil toneladas do cereal e mais de 210 mil sacas de feijão. Paripiranga e Adustina estão, atualmente, entre os 10 maiores produtores de milho da Bahia. Junto com outros 13 municípios da região eles formam ainda a maior área produtora de feijão de inverno do Estado. Costumam colher entre agosto e novembro, período da entressafra nas outras regiões.

“Este ano foi atípico. A chuva começou muito tarde, muita gente perdeu as sementes e chegou até a replantar. Aí a chuva atrasada não continuou e a perda foi grande”, diz o produtor rural Roberto Santos.

Segundo o secretário de agricultura de Paripiranga, Mayk Pereira, os prejuízos ultrapassam mais de R$ 50 milhões. “Nós fizemos uma estimativa junto com a BahiaTer e com outros órgãos da região. São mais de R$ 50 milhões com os investimentos diretos na agricultura. A quebra de safra prejudica a todos. Toda a economia gira em torno disso. Perda imensa para o comércio, para a feira local, para a geração de emprego”.

A projeção é de que a queda na safra do milho se reflita em vários setores. A produção tem dois destinos principais. Primeiro, o consumo direcionado as fabricas de rações, agroindústrias e indústrias químicas. Depois o consumo dentro das propriedades rurais, destinado ao consumo animal e ao humano. Segundo o IBGE, cerca de 21% é consumido dentro das propriedades, enquanto 79% é comercializado em indústrias e cooperativas.

Junto com a soja, o milho é o principal ingrediente da ração animal, principalmente das aves e dos suínos. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que reúne as maiores 150 empresas produtoras de carne do país, já anunciou que o aumento estimado de 53% no preço do milho, tende a provocar uma elevação de 15% nos preços das carnes e de outros produtos de aves e de suínos.

A queda na safra registrada no nordeste do Estado já provocou um aumento de cerca de 6% no preço do milho para ração animal para pecuaristas de outras regiões da Bahia.
Já a maioria dos comerciantes, que vendem derivados do cereal, como farinha e amido de milho, evita falar sobre uma possível alta nos preços nas prateleiras. Com as vendas desaquecidas por causa da crise econômica, e a queda no poder de compra da população, muitos receiam assustar ainda mais os consumidores. Mas o repasse dos custos dos fornecedores é dado como certo, não de forma imediata, mas progressiva.

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