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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Cidades com maior desigualdade financeira sofrem mais com tuberculose

Foto: Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos
A tuberculose tem maior incidência em municípios com extrema desigualdade na distribuição de renda. A conclusão é de pesquisa de doutorado desenvolvida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo a Agência Brasil, o estudo aponta que, nas cidades com maior desigualdade, tanto a população prisional como a população em geral está submetida a condições de fragilidade econômica e vulnerabilidade social, o que determina a incidência da tuberculose. Já nas cidades com melhor condição socioeconômica, as prisões concentram ainda grande número de doentes, devido às condições mais vulneráveis.

“Identificamos que a importância relativa da exposição às prisões sobre a incidência da tuberculose varia segundo as condições socioeconômicas dos municípios. Isso significa que estratégias focalizadas para o fim da tuberculose devem considerar o contexto socioeconômico”, explicou a autora do estudo, Daniele Maria Pelissari.

Nas cidades com extrema desigualdade de distribuição de renda, a incidência da tuberculose na população prisional é de 1041,2 pessoas por 100 mil pessoas privadas de liberdade ao ano. Entre a população não prisional, a incidência é de 67,5 pessoas por 100 mil pessoas ao ano. Já nos municípios com boa distribuição de renda, a incidência de tuberculose na população prisional é de 795,5 pessoas por 100 mil pessoas privadas de liberdade ao ano. A incidência de tuberculose na população não prisional é de 35,6 pessoas por 100 mil pessoas ao ano.

“A população em geral está bem assistida economicamente, então ela não adoece de uma doença relacionada à pobreza. Quem vai adoecer é quem está na prisão porque as condições são muito precárias”, disse Daniele sobre moradores de cidades com menor desigualdade.

No estudo, os pesquisadores avaliaram a associação entre a exposição às prisões, a taxa de incidência de tuberculose e sua interação com a desigualdade da distribuição de renda nos municípios de 2013 a 2015. Foram analisadas 137.698 pessoas com tuberculose, das quais 10,7% eram privadas de liberdade em 954 cidades que em 2014 tinham pelo menos uma unidade prisional.

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