por Fernando Duarte / Rebeca Menezes / Jade Coelho
A prestação de contas de campanha eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que os partidos PR e DEM fizeram doações para candidatos que não são filiados às siglas na Bahia. De acordo com o TSE, a prática não é ilegal, mas ainda assim gera estranheza, uma vez que os recursos poderiam apoiar os candidatos dos próprios partidos.
O DEM investiu R$ 100 mil na candidatura de Marcelle Moraes (PV) à uma vaga na Câmara. O deputado federal José Carlos Aleluia, presidente estadual do DEM, avaliou a doação como normal e legal. Segundo Aleluia, a vereadora de Salvador recebeu o incentivo para a campanha porque o Partido Verde compõe a coligação do DEM.
Marcelle afirmou que a contribuição do DEM partiu de uma decisão do prefeito de Salvador e presidente nacional do partido, ACM Neto, em virtude do pedido feito a ela para que se candidatasse ao cargo de deputada federal. "Como foi um pedido dele [ACM Neto] pra eu ser candidata, ele decidiu me ajudar. Isso é algo normal e outros candidatos também tiveram essa ajuda financeira", garantiu. Todavia, ainda não foram registradas doações para outros candidatos não filiados ao Democratas até esta quarta-feira (5). A candidata falou ainda que a doação não gerou nenhum tipo de estranheza entre os outros candidatos da coligação "Coragem para mudar a Bahia".
O PR doou um montante de R$ 600 mil reais para cinco postulantes a cadeiras na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e na Câmara dos Deputados. Entre os candidatos a uma vaga de deputado estadual que receberam o incentivo do Partido da República estão Luizinho Sobral (Podemos), que foi agraciado com R$ 200 mil, Carlos Almeida (PSB), que recebeu R$ 100 mil, Fabiola Mansur (PSB), teve R$ 50 mil em doação e Cordelia Almeida (PMB) R$ 100 mil. Ana Rita Tavares (PMB), que concorre para o cargo de deputada federal, recebeu doação no valor de R$ 150 mil.
O presidente do PR na Bahia, deputado federal José Carlos Araújo, afirmou que os valores doados não partiram do diretório estadual, mas da direção nacional. A justificativa utilizada pelo deputado federal foi de que o financiamento aconteceu por causa de alianças feitas através da coligação nacional. "Esses partidos e esses deputados são da coligação nacional do PR e por isso receberam esses valores, que não foram doados pelo PR da Bahia", garantiu - ainda que a informação não coincida com a realidade. Araújo sugeriu ainda que as doações podem ser uma estratégia para o cumprimento da exigência de investimento de 30% da verba do Fundo Eleitoral no financiamento de candidatura de mulheres.
O Bahia Notícias tentou contato com os outros candidatos citados, mas até o fechamento desta matéria não teve resposta.
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