PE - Quando assistia pela televisão a histórias de bebês trocados na maternidade, a agricultora Maria do Carmo Ferreira dos Santos imaginava que, caso isso acontecesse com ela, iria procurar o biológico e querer ficar com ele. Mesmo avaliando assim, jamais percebeu que um dos quatro filhos não era o que havia dado à luz, em 1998, no Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns, Agreste pernambucano. Ela descobriu a situação há mais de dez anos, mas, não por acaso. Em outro parte da cidade, a comerciante Josenalda Oliveira Bernardo, de 44 anos, chegou à conclusão de que o mais novo dos três filhos não era o mesmo que tinha carregado no ventre. Ele fez um exame e a mãe descobriu que o tipo sanguíneo era diferente dos demais. Então, ela decidiu fazer um teste de DNA e confirmou que o menino foi gerado por outra mãe. Com a nova informação, a angústia e o instinto materno fizeram as buscas começarem. Josenalda saiu de porta em porta procurando a outra família até descobrir que eles também moravam em Garanhuns. Devido à descoberta, as duas mães passaram por momentos de depressão e pela sensação de injustiça. Porém, decidiram continuar com as crianças que estavam. “A partir do momento que você sai do hospital, você já está apaixonado pela criancinha. Eu já saí apaixonada por ele”, lembra a comerciante. “A gente escolheu o melhor jeito de viver. Primeiro veio o sofrimento, depois veio o amor dobrado”. Desta forma, já não fazia mais sentido o que Maria do Carmo imaginava, ao ver pela TV os casos de trocas de bebês. “Não é bem assim. O amor de mãe fala mais alto.
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