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terça-feira, 19 de maio de 2015

BRASIL: CONSTRUÇÃO CIVIL SOFRE MAIOR TOMBO

por Paulo Brito - A expectativa do desempenho neste ano da construção civil é de encolher – 5,5%, segundo o jornal Folha de São Paulo de ontem. A repercussão do segmento na recessão brasileira será de - 0,3%. Trata-se do pior desempenho desde 2003. No primeiro trimestre já foram realizadas 50 mil demissões no País. A referida indústria foi bastante beneficiada nestes tempos dos governos do PT, através de crédito farto e de programas habitacionais, tais como Minha Casa, Minha Vida. O dinheiro do FGTS é utilizado neste programa. Os da caderneta de poupança para a habitação em geral. Porém, neste exercício, os bancos, tanto públicos como privados, aumentaram as taxas de juros e colocaram mais dificuldades para ter acesso ao crédito. A retração é grande principalmente porque está havendo saques na caderneta de poupança, principal fonte de financiamento habitacional. Em janeiro foram sacados R$4,4 bilhões; em fevereiro, R$4,9 bilhões; em abril R$5,2 bilhões, no total de R$23,7 bilhões. No atual ritmo de retiradas, os recursos disponíveis da caderneta de poupança, para o financiamento imobiliário poderão se esgotar no primeiro semestre de 2016. Do volume de dinheiro das cadernetas, por volta de 65% são para o crédito imobiliário e 30% ficam em depósitos compulsórios no Banco Central. Embora seja a aplicação financeira mais segura, até R$240 mil, pelo Fundo Garantidor de Crédito, além de ser isenta de imposto de renda, a caderneta de poupança deixou de ser uma aplicação vantajosa, por causa do aumento da inflação e dos juros, fazendo com que os poupadores procurem fazer suas aplicações em fundos de aplicações financeiras, que também tem o seguro de R$240 mil, mas, mesmo pagando imposto de renda, a rentabilidade dos fundos é bem superior à referida caderneta, além de liquidez diária.

Os melhores dias do mercado imobiliário aconteceram de 2008 a 2012. O volume de empréstimos chegou ao ápice em 2011, crescendo 42%. De 2012 para cá ele foi minguando, ao ponto de, no ano passado, em São Paulo, maior mercado imobiliário do País, o número de imóveis novos e usados vendidos recuou 35% em 2014. Lá, o lançamento de novas unidades se contraiu em – 7%. No Rio de Janeiro, o recuo das vendas alcançou bem menos, cerca de 3%. Em Salvador, em 2013/4 praticamente já não houve lançamentos. O recuo das vendas não foi pequeno. No País como um todo o volume de financiamentos imobiliários em 2014 cresceu apenas 3%. No Brasil, o déficit habitacional está por volta de 7 milhões de moradias, mas, sem financiamentos ou pouca disponibilidade de recursos, as incorporadoras contam com um estoque de R$130 bilhões encalhados. O fato é que a indústria da construção civil deve amargar o pior ano desde 2003. por Paulo Brito

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