A direção nacional do PT decidiu que os diretórios nacional, estaduais e municipais do partido "não mais receberão" doações empresariais, afirmou nesta sexta-feira o presidente do PT, Rui Falcão. http://www.netcina.com.br
A decisão é um gesto de grandeza do partido para lutar pela mudança na lei de doações e pelo fim da corrupção.
"Não mais receberemos doações de empresas privadas. Essa decisão deve ser referendada no 5º congresso nacional do partido", disse ele.
"Ao mesmo tempo que lutamos pelo fim do financiamento empresarial, decidimos que os diretórios nacional, estaduais e municipais não mais receberão doações de empresas privadas, devendo esta decisão ser detalhada, regulamentada e referendada pelos delegados ao 5º Congresso Nacional do PT", diz texto de uma resolução aprovada pelo diretório.
Nesta sexta, o PT também anunciou seu novo tesoureiro: o ex-deputado Marcio Macedo, de Sergipe, que, basicamente, administrará os recursos do fundo partidário para a legenda.
Reforma política
O fim do financiamento privado de campanha é defendido pelo PT e por outros partidos de esquerda, como o Psol. No PSDB, o próprio governador paulista Geraldo Alckmin defendeu a ideia, que conta com a simpatia de entidades como Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Ordem dos Advogados do Brasil e Central Única dos Trabalhadores.
Mais do que isso, o fim das doações privadas já foi decidido, por 6 a 1, pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, mas não foi implementado por um pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes, que há mais de um ano engaveta o caso.
Para Gilmar, a corrupção não tem relação com as doações privada, mas com o "DNA" de determinados partidos.
Políticos envolvidos no Lava Jato
A lista de políticos investigados por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras inclui 12 senadores e 22 deputados em exercício.
A lista de políticos investigados por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras inclui 12 senadores e 22 deputados em exercício.
Destes, 19 receberam doações das empresas investigadas na Operação Lava Jato para suas campanhas eleitorais, seja em 2014 ou em 2010. A suspeita dos investigadores é de que essas doações legais tenham sido usadas para pagamento de propina a políticos.
Em depoimento, o delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, afirmou que as doações são, na realidade, “empréstimos a juros altos”.
Somados, os 34 parlamentares suspeitos receberam ao menos R$ 11,2 milhões das empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras.
Além dos congressistas, também são investigados os governadores Luiz Fernando Pezão (PMDB), do Rio de Janeiro, e Tião Viana (PT), do Acre.
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