M. Periasamy/Flickr/Creative Commons
Arunachalam Muruganantham, CEO da Jayaashree Industries
Como a maioria dos homens adota a abordagem de avestruz quando se trata da menstruação feminina, as realizações de Arunachalam Muruganantham – inventor de uma máquina que fabrica absorventes higiênicos baratos para mulheres da zona rural da Índia – são ainda mais notáveis.
Durante os anos que passou pesquisando, ele perdeu sua mulher, sua mãe se mudou para longe, enojada, e os outros moradores de seu povoado ficaram tão perturbados que lhe ofereceram uma escolha: ser amarrado de ponta-cabeça a uma árvore sagrada ou ser exilado.
Mesmo assim, Muruganantham não desistiu.
Na Índia, a menstruação não é apenas um tema tabu. No caso das mulheres que vivem em vilarejos rurais, a menstruação atrapalha seriamente o ensino, porque as garotas ficam em casa, faltando às aulas e provas, durante os cinco ou seis dias de sua duração. Com isso, algumas meninas acabam nem se dando ao trabalho de ir à escola.
E há o impacto dela sobre os ganhos da família: quando as mulheres passam uma semana em cada quatro sem poder trabalhar, isso afeta o total recebido pela família. Enquanto estão menstruadas, as mulheres não podem ir ao templo nem preparar comida.
Então como o extraordinário Muruganantham, ou Muruga, como ele próprio se chama, se enquadra nesse contexto?
Filho de mãe solteira, nascido numa família pobre de Coimbatore, no sul da Índia, Muruga teve a ideia quando estava tentando impressionar sua mulher, com quem estava casado havia pouco tempo.
Falando ao HuffPost UK Lifestyle, ele contou: “No início de nossa vida de casados, a única hora em que eu conseguia falar com ela a sós era na hora do almoço, porque vivíamos com a família.”
“Um dia, na hora do almoço, eu a vi segurando alguma coisa escondida nas costas e perguntei ‘o que tem em sua mão, Shanti?’. Ela me deu um tapa no rosto e falou ‘não é de sua conta’. Então vi que era um trapo sujo.”
“Sou o filho mais velho de minha família e tenho duas irmãs mais jovens, então eu sabia o que era. Quando eu era criança, tínhamos uma privada aberta, sem telhado. De vez em quando eu encontrava panos manchados que me faziam fugir da privada. Eu vi a mesma coisa nas mãos de minha mulher e falei: ‘Por que você não compra absorventes descartáveis?’ Ela me disse que tinha que usar os panos porque absorventes descartáveis custam caro.”
Muruga decidiu comprar um pacote de absorventes como presente para sua mulher. Foi a uma farmácia comprar um pacote, e este lhe foi entregue embrulhado em muito jornal.
“Era como se ele estivesse me dando um produto contrabandeado. Mesmo hoje, em cidades grandes como Mumbai e Déli, eles embrulham os absorventes e os tratam como se fossem alguma coisa que deve ficar escondida.” LEIA TUDO AQUI
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