Foto: Reprodução/Internet
O ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, descartou, neste sábado (13/12), a injeção de recursos do Tesouro Nacional para socorrer os Correios em meio à grave crise financeira. A decisão representa um endurecimento na postura do governo em relação à estatal e indica que o alívio financeiro necessário para a reestruturação da companhia terá que vir de outra fonte: o crédito privado. Segundo Siqueira Filho, o foco é a aprovação de crédito bancário, aproveitando a valorização e o porte da empresa, para, então, viabilizar um plano de reestruturação abrangente.
A busca por financiamento privado ganha urgência diante do cenário de deterioração das contas da estatal. Os Correios vêm acumulando prejuízos bilionários nos últimos anos. Em 2024, o déficit registrado foi de R$ 2,6 bilhões, um valor que quadruplicou o resultado negativo do ano anterior. O quadro se agravou, e o prejuízo acumulado de janeiro a setembro já atingiu a marca alarmante de R$ 6,05 bilhões, evidenciando a profunda crise na gestão e operação da empresa.
A origem da crise reside na perda de espaço da empresa no mercado logístico nacional. A queda no volume de serviços postais tradicionais, impulsionada primeiramente pela digitalização das faturas e, posteriormente, pela forte competição com empresas privadas de logística, minou a receita da estatal. Paralelamente à diminuição da arrecadação, os Correios viram suas despesas aumentarem consideravelmente, especialmente aquelas relacionadas a juros e à manutenção de sua vasta e custosa estrutura.
Apesar do rombo, os Correios mantêm um papel estratégico inegável: a companhia detém a maior rede logística do país, alcançando 100% dos municípios brasileiros. Essa capilaridade inclui a prestação de serviços em regiões de difícil acesso, onde a operação é naturalmente deficitária. A negativa do aporte da União força a estatal a buscar soluções financeiras fora do caixa público para proteger essa estrutura essencial enquanto tenta se modernizar e se adequar à nova realidade do mercado.
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