Assem NetoDo G1 RO
Cheia histórica do Rio Madeira, alaga BR-364 (Foto: Sérgio Vale/Secom Acre)
O prefeito Mauro Nazif decretou estado de calamidade pública em Porto Velho (RO), nesta quinta-feira (27), em razão da cheia história do Rio Madeira. Pelo menos 2,3 mil famílias, o que representa cerca de 10 mil pessoas, fora de suas casas, na capital e em 14 distritos atingidos pelas águas, de acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, coronel José Pimentel. A cota aferida pelo Corpo de Bombeiros no fim da manhã alcançou 18,60 metros – um aumento de cerca 8 centímetros a cada 24 horas, em média, nos últimos 10 dias. O nível já ultrapassou o registro de 1997, de 17,52 metros, quando ocorreu a maior cheia do Madeira.
Nazif revelou estudos que indicam um prejuízo de R$ 330 milhões, incluindo danos a prédios públicos, ao setor privado e ao meio ambiente. “São números assustadores e momentâneos”, afirmou o prefeito.
Somente na capital, há 1.047 pessoas nos 24 abrigos públicos da capital (escolas e paróquias), de acordo com registros da Secretaria Municipal de Assistência Social. “Chegamos à metade da tragédia. Temos informações seguras, de fontes como o Sipam [Sistema de Proteção da Amazônia], de que as águas continuarão subindo até meados de abril. Sinceramente, não acredito em estabilidade no nível do Rio Madeira antes desta data”, disse o prefeito de Porto Velho, que prevê um impacto negativo na arrecadação própria do município para até o fim do ano.
O decreto de calamidade, segundo Mauro Nazif, segue uma normativa do Ministério da Integração Nacional, que estipula cinco exigências: prejuízos mínimos na ordem de R$ 250 milhões a empresas particulares; R$ 85 milhões ao setor público (aquisição de alimentos, medicamentos, água potável, agasalhos, colchões, material de higiene pessoal e outros), além de desastres ambientais e a dificuldades para implementar ações humanitárias.