De um lado, vereadores e cidadãos indignados. De outro, representantes da TecGold Sistemas LTDA., que opera a "Zona Azul", em Itabuna. Este foi o clima da audiência que agitou a Câmara de Vereadores, na terça-feira (14). Numa busca frustrada por respostas, os edis dirigiram 35 perguntas ao diretor técnico Guilherme do Amaral e ao advogado Rogério Previatti.
Presidente da audiência, o vereador Manoel Porfírio (PT) precisou controlar os ânimos em vários momentos. Mas chegou ao ponto de cogitar a suspensão de todas as taxas do serviço, até que correções sejam feitas. “Vamos tomar medidas que, efetivamente, tragam diminuição da tarifa e qualidade do serviço ao cidadão”, declarou.
O presidente da Câmara, Erasmo Ávila (PSD), foi um entusiasta para o retorno da "Zona Azul", em favor do comércio. Mas também trouxe indagações. Afinal, os critérios até aqui adotados na “Park Gold” têm gerado insatisfação geral.
Na mesma linha, Kaiá da Saúde (PP) completou: "A Zona Azul foi boa, mas está operando errado; as pessoas param o carro e não encontram funcionários [há 36 monitores para cerca de 1.300 vagas]", disparou, sobre os valores automaticamente subtraídos dos motoristas.
Solon Pinheiro (PSDB) sinalizou que a Câmara deverá suprimir trechos da lei que deixem brechas para imoralidades. “Eles estão fazendo isso porque tem previsão legal. No momento que a gente revoga, impede que haja essa cobrança abusiva”, provocou.
Prioridades arranhadas
Assistente social, o vereador Israel Cardoso (PMN) quis saber até que ponto estão asseguradas as vagas para pessoas com deficiência. Pastor Francisco e Ronaldão (ambos Republicanos) perguntam sobre os espaços para idosos.
O advogado Previatti até admitiu que há indicação das vagas para os citados grupos. Entretanto, caso precisem estacionar em outros espaços, eles pagam a taxa cobrada aos demais condutores. "Como assim???", pareciam dizer os olhares da numerosa plateia.
Danilo Freitas (União Brasil) e Júnior do Trator (PP) esperavam detalhes sobre os valores cobrados após 10 minutos do veículo parado numa vaga. “O processamento do pagamento do débito é automático”, limitou-se a dizer o diretor. Como não tinham respostas para a maior parte das perguntas, a dupla da Park Gold comprometeu-se a trazer documentos e provas num prazo entre dois e sete dias.
Visivelmente chateados, os vereadores veem a legalidade de exigir a suspensão de todas as cobranças até que providências sejam tomadas. Caso contrário, a concessão autorizada no Legislativo fica sob ameaça. "Nós queremos um sistema que funcione, mas que não venha espancar as pessoas", assinalou Ronaldão.
Questionado sobre qual será a postura da empresa daqui por diante, o advogado Rogério Previatti afirmou: "Nós hoje seguimos uma legislação de 2016, alterada em 2021 e 2022. Vindo essa de 2024, vamos acatar e colocar em prática Vamos aguardar o que o Legislativo vai providenciar e toda e qualquer alteração nós vamos seguir".
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