A Prefeitura de Itabuna, por meio da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (SEMPS), vai apresentar um boletim de ocorrência da Delegacia da Polícia Federal, em Ilhéus, sobre a violência entre elementos das famílias indígenas venezuelanas temporariamente abrigadas no Colégio Estadual Antônio Carlos Magalhães, no Mangabinha, onde se deram os fatos no domingo, dia 12.
Pelas informações iniciais, parte dos imigrantes se envolveu em bebedeiras no abrigo humanitário, onde houve atritos entre o cacique e a mulher e um cunhado, bastante alcoolizado. Além disso, a confusão atingiu um dos bares do bairro onde outros indivíduos também bebiam, tendo um deles dado um tapa no rosto de uma criança o que irritou a mãe dela que chamou vizinhos.
A Polícia Militar da Bahia foi acionada, por meio do 15º BPM, para intervir e restabelecer a paz na unidade escolar, além de prestar assistência aos feridos com hematomas na cabeça, rosto e pelo corpo, levando-os ao Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, onde não houve internamentos. A maioria das vítimas retornou ao abrigo à exceção do irmão do cacique e cunhado da mulher, que teve o cabelo cortado, que teria sido expulso do grupo de indígenas venezuelanos da tribo Warao.
Segundo a secretária interina de Promoção Social e Combate à Pobreza (SEMPS), Luciana Seara, incidente sem vítimas ocorrido na noite de domingo onde estão abrigadas desde janeiro as famílias dos imigrantes expõe o que tem sido relatado pela assistente social, psicóloga e porteiro colocados à disposição na unidade escolar na ajuda humanitária aos indígenas venezuelanos.
Pelos relatos, é constante o uso de álcool e até drogas no interior da escola, uso abusivo de som alto durante todo o dia, inclusive na madrugada, com importunação aos vizinhos da antiga escola ACM. Depois do incidente do final de semana, a SEMPS também acionou o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Conselho Tutelar e Secretaria de Segurança e Ordem Pública (SESOP), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), defensorias públicas do Estado (DPE-BA) e da União (DPU) e toda a rede de proteção.
Na semana passada, uma criança indígena venezuelana faleceu sob suspeita de desnutrição e pneumonia no Hospital Manoel Novaes depois de ter chegado a Itabuna com os pais de uma cidade do sudoeste em busca do curandeiro da tribo. Mas, há nove meses, a Prefeitura de Itabuna fornece a assistência humanitária à subsistência dos imigrantes indígenas venezuelanos, com o fornecimento de todas as refeições, inclusive especial às crianças.
Também oferece material de limpeza e higiene pessoal, atendimento em saúde, encaminhamento para a rede escolar e cuidados sanitários, tendo inclusive contado com o apoio da Biosanear em ação de educação ambiental no abrigo e do Comitê Intersetorial de Refugiados e do Núcleo Especializado em Migrantes ligados a Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Na sexta-feira, dia 10, houve visita ao abrigo temporário quando autoridades do Judiciário, Ministério Público estadual, defensoria pública e outros órgãos da rede de proteção puderam comprovar os esforços da Prefeitura em oferecer ajuda humanitária.
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