Para economistas, Banco Central deixou a porta aberta para manter a Selic no patamar atual de 10,5% até o fim do ano
Foto: Rafa Neddermayer / Agência Brasil
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 14, evidenciou uma clara preocupação com a trajetória da inflação no Brasil. Analistas interpretaram que isso sinaliza a possibilidade de um movimento inesperado: o fim imediato do ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic.
Economistas de instituições como o Itaú e o Banco Inter, que anteriormente previam mais cortes na Selic, agora consideram que o Copom pode encerrar o ciclo de afrouxamento já na próxima reunião, em junho. Ainda que alguns esperem uma redução marginal na taxa, outros acreditam que o Banco Central pode optar por interromper completamente os cortes.
A incerteza sobre os próximos passos do Copom é evidente, como aponta a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, que destaca a falta de consenso entre os membros do comitê sobre o patamar final da Selic. O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, argumenta que a ata reforça a possibilidade de uma estabilidade na taxa de juros, com alguns analistas já projetando uma Selic final de 10,5% ao ano.
A deterioração do cenário econômico nacional, destacada na ata, reforça a possibilidade de uma mudança na política monetária. O BTG Pactual, por exemplo, considera seu cenário base, com Selic em 10% ao final do ciclo, como otimista, dada a preocupação crescente com a inflação e a situação fiscal do país.
Em suma, a ata do Copom trouxe uma postura mais conservadora, refletindo uma preocupação maior com a inflação e indicando que o ciclo de cortes na Selic pode estar próximo do fim, mesmo que os próximos passos ainda estejam em aberto e sujeitos a debates internos.
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