Sem contar com as vaquinas leiteiras bem fornidas do PT, José Borba teria vendido até cestas básicas para pagar a multa imposta pelo STF.
O jornalista Fábio Fabrini, O Estado de S. Paulo, informa esta manhã que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) suspeita que o ex-deputado federal José Borba, condenado no processo do mensalão, tenha superfaturado tijolos e cestas básicas compradas como parte da pena alternativa imposta a ele pela Justiça. Em audiência nesta quarta-feira, 26, na Vara de Penas Alternativas do DF, o ex-congressista foi intimado a explicar as diferenças de preço nos itens adquiridos por ele a partir de dezembro do ano passado.
Borba comprou 170 cestas básicas por R$ 80 cada. No entanto, um levantamento do Governo do Distrito Federal (GDF) encontrou, para os mesmos itens, preços que variavam de R$ 29,90 a R$ 39,89. O advogado de Borba, Michel Saliba, disse que a intimação lhe dava prazo de cinco dias para explicar os valores. Segundo ele as cestas básicas foram compradas em dezembro, época de Natal, enquanto que a pesquisa do GDF é de fevereiro, o que explicaria a diferença nos valores. "Compramos cestas de Natal, não cestas básicas", argumentou, acrescentando que em dezembro os preços dos produtos estavam mais elevados.
Uma perícia do MPDFT também constatou diferenças nos preços de tijolos comprados pelo ex-deputado para uma instituição como parte de sua pena, conforme revelou o jornal Correio Braziliense nesta quarta-feira. Segundo o advogado de Borba, não havia tijolos em quantidade necessária para a pronta entrega no varejo de Brasília, na época. Como a fábrica não vendia diretamente a pessoa física - no caso, o deputado - foi necessário recorrer a uma empresa para que fizesse a compra pelo parlamentar. Por isso, o ex-congressista teve de pagar o preço solicitado pela empresa, mais alto que o encontrado pelo Ministério Público.
Condenado a 2 anos e 6 meses de cadeia, ele conseguiu o benefício de trocar a prisão pelo pagamento de penas alternativas, como a compra de material de construção para o presídio feminino do DF. Foram 2,5 mil tijolos e dez sacos de cimento com 50 quilos cada.
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