Por Erich Decat | Estadão Conteúdo
Em meio às especulações sobre um possível movimento "Volta Lula" dentro do PT e da base aliada, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), considerou o ressurgimento do tema como uma tentativa de "setores conservadores" da mídia dividir o partido na disputa eleitoral deste ano.
"Lula é Dilma. Dilma é Lula. Ambos são PT e nós estaremos muito unidos em relação a isso porque unidos somos praticamente imbatíveis", afirmou o petista em entrevista a rádios do interior do Paraná, realizada do apartamento funcional de Brasília, nesta quinta-feira, 27.
Para o deputado, os candidatos que deverão disputar o Palácio do Planalto com a presidente Dilma, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), não "empolgam" a população.
"Nossa oposição não tem proposta. Nossa oposição está cada vez mais idêntica. Os dois candidatos estão cada vez mais idênticos, só querem discutir uma volta ao passado. Diante disso tudo, como não há alternativa para nos derrotar, a única alternativa é nos separar. E isso não vai acontecer", ressaltou Vargas.
O petista também centrou críticas à "mídia conservadora" e considerou que o atual governo vive um "cerco midiático" sem precedentes.
"Se você vê os editoriais parece que o Brasil está acabando. E quando você vê a qualidade de vida das pessoas melhorando, não vê essa realidade. Os indicadores apresentados nos telejornais são apenas os negativos, não consideram os fatores positivos. O nosso governo, da presidente Dilma, vive num cerco midiático sem precedentes, sobretudo na área econômica e na política, e isso tem consequências" disse.
Para o vice-presidente da Câmara, o atual racha entre o governo e integrantes da base aliada também é "plantação" da mídia. Na semana passada, sete partidos aliados ao Palácio do Planalto e mais um de oposição criaram um blocão com o objetivo de impor uma pauta própria de votação na Casa.
"Também plantam crises dizendo que a nossa base aliada não se comporta adequadamente. Pelo contrário, é uma base aliada firme, correta, que tem ajudado. Temos uma base aliada bastante sólida que vem nos acompanhado nessa caminhada. Se tem crédito para o governo Dilma, tem crédito também para o vice-presidente Michel Temer, para as lideranças do PMDB e todos os partidos da base aliada".
Apesar de creditar o desentendimento de integrantes da base com o Palácio à mídia, o petista em um segundo momento faz uma "mea-culpa" ao falar sobre as previsões de votação na Câmara após o período do Carnaval.
"Estamos num stress na nossa base aliada. Os partidos estão num período pré-eleitoral. Os palanques regionais geram algumas tensões, teve um pequeno problema técnico que dificultou a liberação de algumas emendas e o governo já se comprometeu a se alinhar. Temos também a reforma ministerial que não foi concluída e isso junto gera um nível de stress. Mas acredito que dá para superar".
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