A operação da PF contou com a atuação do próprio INSS e da Febraban
PF evita fraudes no INSS / Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
A PF (Polícia Federal) identificou uma suspeita de fraude de quase R$ 500 milhões no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Esse valor viria de pagamentos de benefícios, como o auxílio-reclusão, cujo objetivo é proteger parentes que, com a prisão do segurado, podem ficar sem renda e, no caso de jovens, abandonar a escola para trabalhar.
A operação da PF contou com a atuação do próprio INSS e da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Setores de inteligência das instituições financeiras que fazem esses pagamentos verificaram indícios de irregularidades nas transferências.
De acordo com a polícia, as supostas fraudes foram feitas por meio de acessos de senhas de 29 servidores do INSS. A principal suspeita é que os códigos tenham sido hackeados.
Os criminosos, após conseguirem acesso ao sistema do órgão, conseguiram reativar benefícios e alterar dados de contas bancárias para que os pagamentos fossem feitos.
"A Polícia Federal detectou, por meio do uso de ferramentas de análise massiva de dados, a existência de milhares de reativações de benefícios sociais de forma fraudulenta. Dessa forma, a medida mais urgente para evitar a evasão de dinheiro público foi o acionamento das instituições financeiras, possibilitando o bloqueio do pagamento de milhões de reais em benefícios fraudulentos", disse Cléo Mazzotti, coordenador-geral de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal, segundo à "Folha de S.Paulo".
A apuração começou em junho deste ano e, desde então, os bloqueios desses pagamentos começaram a ser feitos. Mais de 13 mil benefícios que seriam pagos estão na mira da investigação. Entre eles está o auxílio-reclusão, pago a dependentes do trabalhador que tenha no mínimo dois anos de atividade urbana reconhecida pelo INSS e não receba benefício do órgão.
Segundo o INSS, uma análise mais aprofundada vai concluir, dentro desse montante de R$ 486 milhões, quais benefícios que seriam pagos irregularmente e quais estavam regulares. Por isso, o órgão ainda não tem informação de quanto poderá ser recuperado.
PF investiga se ação foi orquestrada e INSS aumenta segurança