Luiz Paulo Dominguetti | Foto: Pedro França/Agência Senado
Os representantes da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho e o cabo da PM Luiz Paulo Dominguetti Pereira, tentaram levar a proposta de 400 milhões de doses da vacina de Oxford/ AstraZeneca diretamente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O intermediário do encontro seria o reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), que foi autorizado por um diretor do Ministério da Saúde a negociar imunizantes em nome da pasta.
A tentativa de chegar ao presidente da República ficou demonstrada por áudios encontrados no celular de Dominguetti, apreendido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Segundo a coluna de Valdo Cruz, no G1, uma conversa entre o cabo e o empresário Cristiano Carvalho mostra uma articulação para o encontro.
"Dominghetti, agora nós precisamos aí...O reverendo tá falando que tá marcando um café da manhã com o presidente amanhã às 10h, 9h, sei lá eu, que vai ter um café com os líderes religiosos. A gente vai entrar no vácuo, tá? Agora tem que fazer ele confirmar isso aí pra gente colocar uma pulguinha atrás da orelha do... Do presidente, tá?", escreve Carvalho.
"Cristiano, o que eles me falaram, eu nem sabia que ia ter agenda com o Bolsonaro, você que me falou, o que eles me falaram é assim, que estão atuando fortemente lá, que agora depende do presidente, ele não marca agenda, ele fala assim vem aqui agora. Então, assim, de uma forma mais urgente. Agora, para falar com ele em agenda, eles conseguem marcar segunda, terça, quarta, porque aí entra na agenda oficial", respondeu Dominguetti em mensagem de áudio transcrita pelo portal.
"O que eles estão tentando é que o presidente te receba de forma extraoficial, entendeu, devido à urgência. É o que eles estão tentando. Agora agenda oficial eles conseguem marcar, o que estão tentando é uma agenda extraoficial", acrescentou Dominguetti.
O G1 aponta que no dia 15 de março a agenda de Bolsonaro previa um encontro com o pastor Silas Malafaia e um grupo de religiosos, mas, no dia 16, Carvalho já demonstrava desconfiar da capacidade do reverendo conseguir uma reunião com o presidente.