Apesar de o ingrediente farmacêutico ativo necessário para finalizar as doses ter chegado ao país, o Instituto Butantan precisa, em média, de 20 dias para liberar o fármaco. Sobre demora no Programa de Imunização, ministro afirma ser preciso "parar de contar vacinas"
Correio Braziliense**Foto: Josivan Vieira
A uma semana de encerrar o mês de abril, o Brasil caminha para não cumprir, mais uma vez, o cronograma de vacinas contra a covid-19. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atualizou o compromisso de entregar 30,5 milhões de doses dos imunizantes ao Programa Nacional de Imunização (PNI). Mas, até o momento, há garantia de 24 milhões, a partir da matéria-prima já disponível no Brasil. Por atrasos no envio do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), o Instituto Butantan só garantiu 5,2 milhões de unidades da CoronaVac para abril. Pelo mesmo problema, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) demorou para engatar a produção, e os 27 milhões esperados para o mês se transformaram em 18,8 milhões.
Vacina que mais tem chegado aos braços dos brasileiros até o momento, a CoronaVac só volta a ser entregue ao Ministério da Saúde em maio. O ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para fazer 5 milhões de doses chegou na segunda-feira, mas como a produção leva, em média, 20 dias, o Instituto Butantan não conseguirá fechar o cronograma de abril, faltando 3,6 milhões de doses para completar as 46 milhões prometidas.
Hoje, a Fiocruz disponibiliza 5 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca. Os envios ao Ministério da Saúde serão feitos às sextas-feiras e não mais duas vezes na semana. A mudança foi acordada junto à pasta e aos conselhos de secretários de saúde estaduais e municipais (Conass e Conasems), “em razão de questões logísticas relacionadas à distribuição das vacinas”, justificou a fundação. Contando com o montante, a Fiocruz ainda precisa entregar mais 6,7 milhões de doses para honrar o compromisso do mês.