de Ötto Valverde
Acumuladores, antigamente rotulados apenas com um problema “comportamental”, foram classificados oficialmente como portadores de doença psiquiátrica.
Este passo é muito importante para retirar o estigma que muitos pacientes tinham ao serem chamados apenas de “colecionadores”. O NHS – o sistema de saúde pública do Reino Unido, parecido com o SUS aqui no Brasil – já havia classificado o problema como doença mental 5 anos atrás. Agora, a OMS (Organização Mundial da Saúde) também reconhece e classifica o problema como “acúmulo de posses devido à aquisição excessiva ou dificuldade de descartar bens, independentemente de seu valor real”.
A nova condição se junta ao Distúrbio do Jogo e ao Distúrbio Olfativo de Referência (uma doença onde a pessoa acredita que seu corpo está sempre cheirando mal) que foram recentemente classificados.
Em alguns países, pessoas que acumulam coisas são despejadas de suas casas por suas propriedades estarem cheias de itens e objetos inúteis e até lixo – o que vai contra as leis e regras de algumas cidades. Os médicos não são treinados para lidar psiquiatricamente com a doença, e a OMS pede uma nova abordagem sobre o problema.
Os portadores de acumulação geralmente possuem outras doenças mentais associadas, incluindo depressão, esquizofrenia e TOC. Os portadores do novo Distúrbio do Colecionismo são recomendados a passar por terapia cognitivo-comportamental e tomar antidepressivos específicos.
Como identificar alguém com Distúrbio do Colecionismo?
Quando você coleciona itens como selos, canecas ou cartões postais, normalmente você os manterá bem organizados e facilmente acessíveis, seja em uma vitrine, um álbum de recortes ou uma caixa.
As pessoas que acumulam, no entanto, tendem a manter os itens em um estado extremamente desorganizado, deixando-os ocupar muito espaço na casa. A “bagunça generalizada” é considerada um problema sério quando a desordem interfere na vida cotidiana (como bloquear o acesso a uma sala) ou está causando sofrimento significativo à pessoa ou à sua família.
Os itens acumulados têm pouco ou nenhum valor monetário, mas se alguém tentar limpar a desordem, o acumulador ficará extremamente nervoso, descontrolado ou em estado de choro e desespero, além de raiva.
Os sintomas de acumulação são:
1 – Manter ou coletar itens com pouco ou nenhum valor monetário
2 – Achar difícil organizar itens
3 – Dificuldade em gerenciar tarefas diárias
4 – Ser extremamente apegado aos itens e ficar chateado se as pessoas tentarem tocar, pedir emprestado ou arrumar