por Lígia Formenti | Estadão Conteúdo
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dará, dentro de três semanas, o primeiro passo para a regulamentação do plantio da maconha no Brasil para fins de pesquisa e para uso medicinal. Uma proposta de iniciativa será apresentada durante reunião de diretores da agência. "Somente empresas poderiam fazer o plantio, no caso do uso medicinal", afirmou o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa. A agência não tem atribuição para regular o uso doméstico, completou. Barbosa conta já haver previsão legal para o plantio de cannabis no Brasil para uso medicinal e pesquisas. "A lei já prevê a possibilidade do plantio. Mas é preciso fazer a regulamentação", completou. Entre os pontos que a proposta vai regulamentar estão as condições em que o plantio deve ser feito, como a iluminação, a segurança, a irrigação. "São quesitos para garantir a qualidade e o padrão do extrato do canabidiol", explicou. As exigências que serão apresentadas pela Anvisa serão diferentes de acordo com o destino da cannabis. Durante a apresentação da proposta de iniciativa, será escolhido entre os diretores um relator. Reuniões preparatórias para discussão do tema já foram realizadas ao longo dos últimos anos. Barbosa acredita haver possibilidade de o tema se apreciado rapidamente entre diretores. A Anvisa já foi procurada por pelo menos quatro empresas dispostas a iniciar o plantio de cannabis no Brasil. Há ainda pelo menos seis instituições de pesquisa interessadas em cultivar a planta para fins de pesquisa. Nos últimos anos, foram várias as medidas adotadas pela Anvisa relacionadas à Cannabis Sativa, popularmente conhecida como maconha.