Pesquisa indica que bebida alcoólica antecipa casos de derrame e agrava a gravidade da doença, inclusive entre adultos mais jovens

O consumo excessivo de álcool aumenta de forma significativa o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e está associado a quadros mais graves da doença. Um estudo conduzido pelo hospital Mass General Brigham, nos Estados Unidos, e publicado na revista Neurology, revela que pessoas que ingerem grandes quantidades de bebida alcoólica semanalmente apresentam 57% mais chances de sofrer um AVC em comparação àquelas que bebem pouco ou não consomem álcool.
A pesquisa avaliou dados de aproximadamente 1,6 mil pacientes atendidos entre 2003 e 2019 com casos de hemorragia cerebral não traumática. Do total, 7% relataram consumo de três ou mais doses de álcool por dia. Nesse grupo, os episódios de hemorragia foram mais extensos e ocorreram, em média, aos 64 anos, enquanto entre os não consumidores frequentes a média de idade foi de 75 anos.
Os pesquisadores também observaram que mesmo padrões considerados moderados de ingestão, como duas doses diárias, já estão associados a maior risco de sangramentos em regiões profundas do cérebro. De acordo com o estudo, o álcool contribui para o aumento da pressão arterial, redução das plaquetas e fragilização dos vasos cerebrais, fatores que potencializam a gravidade do AVC.
Os resultados reforçam que, do ponto de vista neurológico, não existe uma dose segura de álcool. Além de antecipar o surgimento do derrame, o consumo frequente está ligado a maior mortalidade e incapacidade após o AVC, inclusive entre adultos jovens, que normalmente não apresentam fatores de risco tradicionais.
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