por Cristiane Flores | Folhapress / Via BN
Foto: Divulgação
Apesar das muitas restrições à organização de protestos na COP 27 (conferência da ONU para mudança do clima), Tasneem Essop, que dirige a CAN (Climate Action Network), maior rede climática de organizações da sociedade civil do mundo, participou de vários deles, circunscritos a um espaço específico dentro do local da conferência.
Em uma das marchas climáticas, ela questionou: "Quando pedimos financiamento para perdas e danos causados, eles [os países desenvolvidos] dizem que não têm dinheiro. Mentira. Por quê? Porque eles acham dinheiro quando é para financiar a indústria de combustíveis fósseis e, inclusive, usam o nosso dinheiro para subsidiá-la".
A compensação financeira para os países vulneráveis, pela primeira vez em discussão na agenda oficial de uma conferência climática, é defendida pela ativista como a pauta mais importante da COP27, assunto que não trata apenas dos prejuízos materiais, mas também das vidas, lares e culturas destruídos em decorrência da crise climática.
De acordo com Essop, os Estados Unidos têm sido nesta conferência, e já são há um bom bom tempo, o principal país a bloquear os avanços das discussões sobre financiamento climático para as perdas e danos. "Foi por causa deles que o tema foi parar em uma nota de rodapé no Acordo de Paris."
Ela afirma também que precisaremos de uma outra escala de investimentos para o financiamento de longo prazo, que deve incluir as necessidades dos países em desenvolvimento.
Em entrevista à Folha de S.Paulo na COP27, a ativista falou sobre diferentes aspectos das negociações climáticas e a necessidade de a sociedade civil manter a pressão sobre a falta de ambição dos líderes globais.
Após a conferência climática, Essop defende que os esforços sejam voltados às ações dos governos, incluindo o fortalecimento das contribuições nacionalmente determinadas (NDCs, na sigla em inglês), como no caso do Brasil.
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