Devastação é equivalente à perda de 55 a 70 mil km² de florestas ou US$ 2,3 bilhões a 2,6 bilhões em créditos de carbono.
Foto: Agência Brasil
Um estudo publicado nesta sexta-feira (11) na revista “Nature Communications” revela que os impactos humanos sobre a Mata Atlântica brasileira já provocaram perdas de 23%, no caso dos estoques de carbono; a 42%, para o caso de árvores típicas exclusivas do bioma, informa reportagem de Carlos Madeiro, do portal UOL. Segundo a publicação, o levantamento foi feito por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), em parceria com pesquisadores da França e da Holanda.
Hoje, o país tem 80% da Mata Atlântica desmatados. Os dados analisados são referentes ao período de 1985 e 2017. Para realizar o levantamento, foram analisadas informações coletadas em 1.819 pesquisas de campo, com amostras de biomassa de mais de um milhão de árvores de 3 mil espécies.
“Nós estimamos que a erosão da biomassa nos remanescentes da Mata Atlântica é equivalente à perda de 55 a 70 mil km² de florestas ou US$ 2,3 bilhões a 2,6 bilhões em créditos de carbono. Isso tem implicações diretas nos mecanismos de mudança climática”, afirma o estudo.
De acordo com o artigo, os impactos do homem não se restringem apenas ao desmatamento e se estendem ao fogo, ao corte de madeira e invasão de animais e plantas exóticas, por exemplo. Outro ponto ressaltado é como áreas protegidas (reservas e unidades de conservação) evoluíram melhor. “No entanto, mesmo dentro de áreas protegidas, detectamos perdas generalizadas de riqueza de espécies, propriedades de espécies e biomassa florestal”, avalia o estudo.
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