Uma das vitimas, de 15 anos, contou à policia que procurou o suspeito para tirar dúvidas sobre a sexualidade
Agentes da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) prenderam, na madrugada desta quarta-feira (19/2), um homem de 40 anos que se autointitulava “bispo” de um templo religioso. João Batista é suspeito de estuprar uma adolescente frequentadora de igreja evangélica na região administrativa. Segundo as investigações, o homem atuava também em templos da mesma igreja no Gama, no Recanto das Emas, em Goiânia (GO) e em Cristalina (GO), onde também teria cometido abusos. CORREIO BRAZILIENSE
A vítima do Recanto das Emas, de 15 anos, registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher (Deam) em setembro de 2019, período em que começaram as investigações. Os abusos, no entanto, teriam começado em 2017, quando a adolescente tinha 13 anos. “Em depoimento, os familiares relataram que a menina apresentava comportamentos de síndrome do pânico. A família chegou a procurar atendimento psicológico, e foi quando ela decidiu contar o que havia ocorrido”, explicou o delegado Pablo Aguiar.
De acordo com o investigador, a jovem procurou o suposto “bispo” para tirar dúvidas sobre a sexualidade. Na ocasião, o suspeito propôs um “tratamento”, que consistia em passar um óleo ungido pelo corpo da adolescente, inclusive nas partes íntimas. Investigações apontam que o ato se repetiu por diversas vezes em uma sala do próprio templo evangélico. “Ele a buscava em casa e justificava para a família dela que precisavam ir à igreja mais cedo para resolver algo do culto. Em seguida, cometia os abusos”, detalhou o delegado.
Em uma das vezes, o acusado chegou a pedir fotos da jovem nua a ela, na intenção de levar os registros para “orar”.
A Justiça decretou mandado de prisão preventiva contra o acusado, cumprido pela Polícia Civil durante a madrugada, quando o acusado voltava de uma viagem a Foz do Iguaçu (PA), no Aeroporto de Brasília. O rapaz responderá por estupro de vulnerável. Caso seja condenado, poderá pegar até 15 anos de prisão.
Após investigações, a polícia verificou que o suspeito tinha outras acusações registradas pelo mesmo crime. Em 2013, foi condenado em Goiânia pelo estupro de uma criança de 12 anos. Contudo, ele recorreu e não ficou preso. O processo tramita na Justiça.
Em 2014, uma jovem de 21 anos e uma adolescente de 15, frequentadoras de uma igreja evangélica do Gama, registraram boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher e alegaram ter sofrido abuso sexual do suspeito. Contudo, ao ser interrogado, o acusado afirmou que o “sexo” teria ocorrido de maneira consensual e foi absolvido.
Dois anos depois, outras duas adolescentes, de 16 e 17 anos, procuraram a polícia para se queixar de estupros, mas o homem também alegou que o sexo foi com consentimento.
No mesmo ano, em 2016, foi condenado a quatro anos e oito meses de detenção por estupro de uma jovem de 19 anos, também na região do Gama.
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